Bruxelas, 23 jan (EFE).- As ameaças do Irã de fechar o Estreito de Ormuz como resposta ao embargo ao petróleo produzido no país por parte da União Europeia (UE) foram colocadas em dúvida nesta segunda-feira por vários ministros das Relações Exteriores do continente, que afirmaram que a realização dessa manobra militar é inadmissível.
Pouco tempo depois dos 27 membros da UE aprovarem formalmente um embargo às importações de petróleo iraniano, o vice-presidente da Comissão de Segurança Nacional e Política Externa do Parlamento de Teerã, Mohammed Kousari, disse que o país poderia fechar o estreito.
"Se for efetuada alguma interrupção na venda do petróleo do Irã, nós com certeza fecharemos o Estreito de Ormuz", garantiu.
O chanceler britânico, William Hague, e o sueco, Carl Bildt, duvidaram que Teerã realmente vá realizar a manobra militar.
"Seria profundamente contraproducente. Prejudicaria mais a eles do que a nós", explicou Bildt.
O chefe da diplomacia espanhola, José Manuel García-Margallo, assegurou que "o fechamento do Estreito de Ormuz seria uma provocação de consequências incalculáveis".
Hague, por sua parte, considerou que uma tentativa de bloquear a passagem seria "ilegal" e "vã".
No entanto, para o diretor do centro de estudos Carnegie Europa, Jan Techau, essa medida ganhou força após o veto europeu às importações de petróleo iranianas. "Antes das sanções, isso prejudicaria muito o Irã, mas agora, faz muito sentido", disse.
Segundo o analista, um movimento desse tipo desencadearia uma escalada das tensões militares no Golfo Pérsico e provocaria quase com certeza uma intervenção militar, seja americana, europeia ou de algum país da região, com o objetivo de restabelecer o trânsito normal pela região.
A disposição de Teerã de entrar num conflito armado dependeria, de acordo com Techau, de quanto o país se sentir golpeado pelas novas sanções internacionais. EFE