Genebra, 9 nov (EFE).- Até o fim deste ano 4 milhões de meninas
morrerão por doenças que podem ser prevenidas e 2,5 milhões de
idosas ficarão cegas por causas evitáveis devido às dificuldades que
as mulheres têm para obter assistência sanitária, segundo a
Organização Mundial da Saúde (OMS).
A organização apresentou hoje um relatório que revela as
necessidades sanitárias das mulheres.
O texto mostra que a desigualdade social entre sexos é tão
grandes que as vantagens biológicas e de comportamento preexistentes
nas mulheres não são suficientes para garantir uma vida mais
saudável e longa a elas.
Segundo a pesquisa, as mulheres têm mais dificuldades que os
homens para se curar de doenças por causa das desigualdades em
matéria de educação, renda e emprego.
A OMS estima que, neste ano, meio milhão de mulheres morrerão de
aids, outro meio milhão de tuberculose, e outras 500 mil por causas
derivadas da gravidez e do parto.
Em nível mundial, a aids é a principal causa de morte entre
mulheres em idade reprodutiva.
As complicações na gravidez e no parto são o principal fator de
risco de morte em mulheres de entre 15 e 19 anos, e também o que
mais separa países ricos e pobres, dado que 90% dos casos são
registrados nas nações em desenvolvimento.
"As meninas e as mulheres são particularmente vulneráveis à
infecção pelo HIV devido a uma combinação de fatores biológicos e
desigualdades de gênero, sobretudo nas culturas que limitam o
conhecimento sobre o vírus e sua capacidade de se proteger e de se
manter relações sexuais sem risco", segundo o texto.
As relações sexuais forçadas e a violência sexual são outros
elementos de risco para a saúde das mulheres.
"A violência contra as mulheres ocorre no mundo todo e tem graves
implicações sanitárias", aponta o relatório.
Sobre as meninas, os dados da OMS mostram que 6,8% das menores
sofreram algum tipo de abuso sexual sem contato; 13,2% abuso sexual
com contato; 5,3% abuso com penetração sexual; e 25,3% qualquer
forma de abuso sexual.
Além disso, em situações de conflito ou pós-conflito a violência
sexual é cada vez mais utilizada como uma arma de guerra.
O relatório revela, além disso, a contradição de "os sistemas de
saúde não atenderem as necessidades das mulheres, apesar da grande
contribuição destas para melhorar a saúde da sociedade através de
sua função como cuidadoras principais das famílias". EFE