Washington, 23 out (EFE).- A desvalorização do dólar reflete a
fraqueza da demanda interna dos Estados Unidos e, por isso, sua
cotação atual "não é inadequada", segundo o diretor do departamento
do Hemisfério Ocidental do Fundo Monetário Internacional (FMI), o
chileno Nicolás Eyzaguirre.
O FMI crê que a recuperação nos EUA é "relativamente lenta" e não
ganhará força até 2010, o que se traduz em um dólar fraco, segundo
David Robinson, o "número dois" do departamento, em um encontro com
jornalistas em Washington cujo conteúdo foi divulgado hoje.
Eyzaguirre explicou que o valor do dólar "não é inadequado, dada
a situação macroeconômica de hoje no mundo".
O economista chileno afirmou que a demanda interna nos EUA é
"bastante frágil", motivo pelo qual país "não importa muito do resto
do mundo e essa é a razão pela que o dólar está fraco".
Ao mesmo tempo, países que crescem mais na América Latina, como o
Brasil, sentem uma valorização de sua moeda frente à divisa
americana, destacou Eyzaguirre.
Para o economista, a valorização das moedas dos países da região
beneficiados pelo aumento dos preços das matérias-primas é mais
pronunciada devido à rigidez do iuane chinês, que o FMI diz estar
subvalorizado.
O dólar continua mais barato do que antes do colapso do banco de
investimento Lehman Brothers, em setembro de 2008.
Após a quebra do banco, os investidores se refugiaram na moeda
americana. Com a normalização da situação nos mercados, o dólar está
em baixa.
Segundo o FMI, o mais provável é que as moedas de países
latino-americanos que vêm saindo rapidamente da crise, especialmente
o Brasil, se valorizem ainda mais com a entrada de capital
estrangeiro. EFE