México, 19 out (EFE).- O Fundo Monetário Internacional (FMI)
estuda a conveniência de limitar o tamanho das instituições
financeiras no mundo para evitar futuras crises econômicas globais,
afirmou hoje no México o primeiro subdiretor-gerente do organismo,
John Lipsky.
"Há instituições financeiras que são consideradas grandes demais
para fracassarem", declarou Lipsky durante sua participação em uma
conferência internacional organizada pelo banco central mexicano na
Cidade do México.
Segundo Lipsky, as crises econômicas recentes "demonstram que o
tamanho de um banco não cria necessariamente riscos sistêmicos, e
que algumas das maiores firmas conseguiram evitar problemas
financeiros, enquanto outras pequenas e muito interconectadas
enfrentaram grandes dificuldades".
O subdiretor-gerente disse que vários dos países-membros do FMI
pediram ao organismo para analisar a possibilidade de restringir o
tamanho e o alcance dos bancos.
"No entanto, não existe uma orientação clara sobre o tamanho
ótimo que um banco ou um intermediário financeiro deveria ter",
reconheceu.
Na opinião de Lipsky, "ainda não é possível" ter respostas
precisas sobre este assunto, mas, "qualquer ação precipitada dos
países neste contexto poderia ter consequências inesperadas" na
economia.
Segundo o funcionário do FMI, já existe um "consenso amplo" no
mundo sobre o tipo de controle que deve haver no sistema financeiro
mundial e a convicção de que deve "incluir todas as instituições".
Lipsky sugeriu que os Governos iniciem políticas de "prudência
macroeconômica" para evitar crise cíclicas e adotem mecanismos de
resolução de conflitos entre bancos e instituições financeiras que
sejam muito grandes ou que operem em muitos países.
Segundo Lipsky, na opinião do FMI, "não é hora de assumir riscos
e retirar" o apoio dado pelos países ao sistema financeiro para
enfrentar a atual crise econômica.
O número dois do FMI disse que o principal desafio para o futuro
será "alcançar um equilíbrio razoável entre a abertura financeira
necessária para apoiar a inovação, o investimento e o crescimento da
economia, e conseguir uma regulação e supervisão efetiva do sistema
que limite os riscos derivados dos excessos dos bancos". EFE