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FMI revisa em alta crescimento da América Latina em 2012 e 2013

Publicado 17.04.2012, 11:52

(Corrige guia: é pauta)



Washington, 17 abr (EFE).- O Fundo Monetário Internacional (FMI) revisou levemente em alta nesta terça-feira as previsões de crescimento da América Latina para 2012, ano no qual a região crescerá 3,7%, mas alertou para os riscos de inflação.

O relatório "Perspectivas Econômicas Globais" apresentado hoje corrigiu as previsões de crescimento da América Latina para os próximos dois anos. Em 2013, a expansão será de 4,1%. A inflação na região ficará em 6,4% em 2012 e 5,9% no próximo ano.

Em 2011, a América Latina cresceu 4,5%, o que levou a adoção de políticas monetárias mais restritivas para conter a pressão nos preços e taxas de câmbio.

O FMI apontou que nos últimos seis meses o risco de reaquecimento diminuiu, embora "os fluxos de capital estão retornando e as taxas de câmbio estão de novo sob pressão", apesar da política monetária restritiva estar "começando a dar frutos".

O Fundo se mostrou preocupado pelos altos níveis inflação, que estão um pouco acima dos objetivos em muitos países, enquanto persiste o risco de desaceleração devido à crise na Europa.

O Brasil e o México, as duas economias com maior peso no subcontinente, crescerão este ano 3% e 3,6%, respectivamente. A inflação no Brasil, um dos países com maior pressão nos preços pela entrada de fluxos de investimento que buscam os países emergentes com mais rentabilidade, diminuirá nos próximos dois anos até rondar 5%, abaixo do 6,6% de 2011.

O FMI afirmou que da mesma forma que outros exportadores de matérias-primas na América Latina e no Caribe, o Brasil, que crescerá 4,1% por certo em 2013, registrou uma moderação da forte demanda interna "quando as políticas macroeconômicas mais ajustadas começaram a dar frutos e o contexto externo se enfraqueceu".

O relatório informou que a possibilidade de superaquecimento se reduziu, embora "o elevado crédito e o crescimento das importações sugerem que o risco não está completamente sob controle e poderia ressurgir se os fluxos de capital voltarem aos níveis prévios".

No México, o crescimento previsto para 2013 subirá levemente até 3,7%, após o país se beneficiar da melhoria da economia americana.

Os dados de 2012 e 2013 para o México apresentam um leve retrocesso frente ao crescimento de 2011, "embora ainda acima do potencial", segundo o relatório do FMI.

No Cone Sul, a economia argentina crescerá 4,2% este ano e 4% em 2013. Os dados mostram uma queda substancial em relação ao avanço do PIB argentino de 2011, que foi de 8,9%.

O FMI, que utilizou índices oficiais, voltou a lembrar hoje que os números argentinos seguem sem ser confiáveis e pediu que Buenos Aires "adote medidas para solucionar a qualidade dos dados oficiais do PIB e do IPC (Índice de Preços ao Consumidor)".

Apesar da inflação na Argentina estar situada em 9,9% nos dois próximos anos, conforme dados oficiais, o FMI considerou que este índice será maior.

O relatório ressaltou também que os países exportadores de recursos, particularmente os do Cone Sul, dependentes dos preços das matérias-primas, podem ser afetados pelos problemas na eurozona.

Estes países poderiam ser prejudicados se a crise na Europa se alastrar e atingir a China e países emergentes da Ásia.

Além disso, o documento indicou que apesar da relativamente alta presença de bancos europeus na América Latina, especialmente os espanhóis, os riscos de contágio são moderados.

O relatório considerou que o risco associado está limitado porque estas instituições funcionam como subsidiárias financiadas com depósitos locais.

A análise também chamou a atenção sobre o "elevado ou acelerado crescimento dos empréstimos", algo que gera preocupação em diferentes graus em países como Argentina, Brasil e Colômbia.

Nas América central, o FMI espera um crescimento para este ano de 4%, enquanto no Caribe prevê um avanço do 3,5%.

Em relação aos países da América Central, o FMI lembrou que as previsões estão condicionadas à evolução dos Estados Unidos, enquanto no Caribe persistem os problemas pela alta dívida pública, a fraqueza do turismo e das remessas. EFE

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