La Paz, 26 jun (EFE).- O presidente da Bolívia, Evo Morales,
afirmou hoje que quer assinar um "Tratado de Comércio dos Povos"
(TCP) com os Estados Unidos, em lugar de um de livre-comércio, no
marco "das novas relações de respeito mútuo" que ambos os países
tentam construir.
Morales declarou que com um convênio desse tipo, similar aos que
tem assinados com Venezuela e Cuba, a Bolívia quer "sentar uma nova
forma de relações, de comércio justo" com o Governo de Washington.
O TCP, em vez de um Tratado de Livre-Comércio (TLC), "não é
simples de negociar e resolver rapidamente", acrescentou.
O líder boliviano rejeitou sempre qualquer possibilidade de
negociar acordos de livre-comércio com os EUA e a União Europeia
(UE), ao considerar que não são benéficos para um "comércio justo".
Morales também confirmou hoje que uma delegação de seu Governo
viajará aos EUA no final de junho para solicitar a restituição das
preferências da Lei de Preferências Tarifárias Andinas (ATPDEA, na
sigla em inglês), que o anterior Governo desse país, presidido por
George W. Bush, suspendeu La Paz em dezembro do ano passado no meio
de conflitos diplomáticos.
Morales lembrou que esta visita corresponderá àquela feita pela
delegação americana liderada pelo então secretário de Estado adjunto
dos EUA para a América Latina, Thomas Shannon, à Bolívia em maio
para fixar as bases de um diálogo destinadas a melhorar as
deterioradas relações bilaterais.
O Governo da Bolívia admitiu na quinta-feira pela primeira vez
sua preocupação com o efeito da suspensão da ATPDEA no setor
exportador, e assegurou que negocia com os EUA para conseguir a
reposição destes benefícios tarifários. EFE