Por Bruno Federowski
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou praticamente estável nesta segunda-feira, na casa dos 2,26 reais, num dia marcado pela agenda carente de notícias relevantes e após o Banco Central sinalizar que deve rolar fatia maior dos swaps que vencem em 1º de setembro.
A divisa dos Estados Unidos fechou com oscilação positiva de 0,09 por cento, a 2,2625 reais na venda, após recuar pela manhã a 2,2482 reais na mínima do dia. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de 1 bilhão de dólares.
"O mercado tem sido muito pequeno e o investidor acaba tendo que operar no curto prazo. E não ajuda que hoje é começo de mês, que é tradicionalmente um momento mais parado", afirmou o gerente de câmbio da corretora Treviso, Reginaldo Galhardo.
Após o fechamento dos mercados na sexta-feira, o BC anunciou que daria início nesta sessão à rolagem dos swaps cambiais, equivalentes a venda de dólares, que vencem em setembro, com a oferta de até 8 mil contratos.
A oferta total foi arrematada em leilão nesta segunda-feira. Com isso, o BC rolou cerca de 4 por cento do lote total, equivalente a 10,070 bilhões de dólares.
Se mantiver esse ritmo de oferta até o fim do mês, o BC rolará cerca de 80 por cento do lote de setembro, mais do que os 70 por cento rolados no mês passado. Essa perspectiva ajudou o dólar a abrir em queda ante o real.
"O anúncio do BC deu alguma tranquilidade para o mercado realizar lucros depois de toda a movimentação da semana passada (quando o dólar acumulou alta de 1,48 por cento)", afirmou o gerente de câmbio da corretora Fair, Mario Battistel. Desde março o BC tem rolado entre 50 e 80 por cento dos vencimentos de swaps.
"O dólar deve voltar a cair um pouco agora. Talvez não volte aos 2,20 reais, mas pelo menos aquela pressão de alta perdeu força", acrescentou.
O movimento de queda, contudo, não durou, uma vez que o baixo volume de negócios deixou as cotações mais vulneráveis a operações pontuais. Com isso, a moeda norte-americana passou praticamente toda a tarde oscilando perto do zero a zero.
Na sua atuação diária no câmbio, o BC vendeu a oferta integral de até 4 mil swaps, com volume equivalente a 198,9 milhões de dólares. Todos os contratos vendidos vencem em 2 de fevereiro. Também foram ofertados swaps para 1º de junho, mas nenhum foi colocado.
Também ajudou a trazer alívio ao câmbio o ambiente global mais tranquilo, após uma semana de intensa pressão, que impulsionou a divisa dos EUA acima do teto informal de 2,25 reais. O mercado reagiu na semana passada a preocupações com a perspectiva de um eventual aumento de juros nos EUA, à crise geopolítica na Ucrânia e ao calote da Argentina.
"Do jeito que tem sido o noticiário, não termos notícia é uma notícia boa", afirmou o estrategista da corretora Coinvalores Paulo Celso Nepomuceno.
O dólar vinha oscilando entre 2,20 e 2,25 reais desde o início de abril, com breves exceções. Boa parte do mercado entende que esses níveis agradariam o BC por não prejudicarem a inflação ou as exportações.
No exterior, o dólar também era negociado perto da estabilidade frente ao euro.