Bruxelas, 3 fev (EFE).- A Comissão Europeia considerou nesta sexta-feira que o acordo entre o governo grego e seus credores privados para o perdão de boa parte da dívida do país está muito próximo, embora tenha reconhecido que as negociações são muito complexas.
"Existe uma vontade clara de ambas as partes para chegar a um acordo", afirmou em entrevista coletiva o porta-voz de Assuntos Econômicos da CE, Amadeu Altafaj, que acrescentou que o acerto final deverá ocorrer nos próximos dias.
Em compasso de espera sobre o que pode ocorrer na Grécia, a União Europeia manteve em sua agenda uma possível reunião dos ministros de Finanças da zona do euro na próxima segunda-feira,
Altafaj disse "não é a Comissão que convoca essa reunião", mas considerou "lógico que os ministros se mobilizem quando um resultado for alcançado".
O porta-voz afirmou que o comissário de Assuntos Econômicos, Olli Rehn, ainda não foi convidado para o encontro, mas lembrou que "estamos num momento de crise, reuniões podem ser convocadas a curto prazo".
Sobre a necessidade de reforçar a contribuição pública ao resgate grego e a possível participação do Banco Central Europeu (BCE), Altafaj assegurou que Rehn nunca se referiu ao organismo a não ser para reafirmar a completa independência do organismo.
O porta-voz disse ainda que é preciso esperar a análise da sustentabilidade da dívida grega e do acordo sobre o perdão dos credores privados para se definir uma participação oficial maior.
"Todos os elementos que têm impacto fiscal no segundo programa grego devem estar claros antes para se fazerem os cálculos sobre o aumento do papel do setor público, de quanto é preciso e quem forneceria a verba", acrescentou.
O segundo plano de resgate à Grécia, firmado em outubro, prevê uma contribuição do setor privado de 100 bilhões de euros, um perdão de 50% dos bônus nas mãos dos bancos e uma contribuição de 130 bilhões de euros do Fundo Monetário Internacional e da UE.
O objetivo é conseguir que a Grécia reduza sua dívida de 160% a 120% do Produto Interno Bruto até 2020. EFE