Washington, 20 abr (EFE).- Os ministros de Finanças e presidentes dos bancos centrais do Grupo dos Vinte (G20, bloco que reúne os países ricos e os principais emergentes) convocaram todos os membros do grupo a "proteger os investimentos" como elemento "crucial para a recuperação" da economia.
No comunicado final da reunião realizada nesta sexta-feira em Washington, o G20 reitera o compromisso de todos de "evitar o protecionismo".
As duas exigências aludem ao litígio originado pela desapropriação do grupo espanhol Repsol da companhia petrolífera YPF, por parte do governo argentino, segundo explicou em entrevista coletiva o ministro de Economia espanhol, Luis de Guindos.
O ministro espanhol destacou que tinha colocado a questão da desapropriação de YPF durante o jantar ontem à noite que reuniu os representantes das 20 maiores economias do mundo.
"A frase fala por si mesma", disse De Guindos, em referência ao parágrafo da declaração final onde se recolhem as inquietações espanholas.
Segundo o ministro, "o sentimento geral é de apoio ao governo espanhol" e que as medidas tomadas pela Argentina "são negativas" e prejudicam não apenas à economia global e do país sul-americano, mas à sua população.
Por sua parte, o secretário de Fazenda do México, José Antonio Meade, presidente em exercício do G20 ministerial, confirmou que o grupo mantém seu compromisso com o livre-comércio e a luta contra o protecionismo.
Especificou, no entanto, que o grupo "é um fórum para buscar consensos e coordenar políticas, e não para disputas bilaterais".
No segundo parágrafo do comunicado adotado em Washington, o G20 constata que a recuperação da economia global continua sendo "modesta" e as expectativas de crescimento para 2012 "moderadas".
A este respeito, os membros do grupo reiteram sua vontade de "reduzir os riscos" atuais.
"Em um contexto de alto desemprego e endividamento em muitos países continua sendo um elemento central de nossos compromissos apoiar o crescimento e a criação de emprego, as reformas estruturais, a restauração da sustentabilidade fiscal a médio prazo e a promoção do reequilíbrio global", ressalta a nota.
Além disso, acrescenta o comunicado, a proteção dos investimentos resulta crucial para a recuperação global e, de acordo com o mandato dado por nossos líderes em Cannes, reafirmamos nosso compromisso de evitar o protecionismo". EFE