Genebra, 14 dez (EFE).- Os países do G20 comercial - bloco de países que buscam a liberalização do comércio agrícola - defendem a agricultura como elemento chave para avançar no desenvolvimento da Rodada de Doha, na véspera do início da 8ª Conferência Ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC) em Genebra.
Em declaração ministerial, o G20 ressalta sua "preocupação" com a situação de "ponto morto" no processo de reforma comercial em matéria agrícola na OMC e reitera sua aposta pela "eliminação das políticas que distorcem o comércio por parte dos países desenvolvidos".
O bloco se refere sobretudo aos grandes subsídios que beneficiam a agricultura em vários países ricos, que impedem o acesso dos produtos provenientes de países emergentes e em desenvolvimento, e aos quais responsabiliza do bloqueio da rodada.
A Rodada de Doha surgiu em 2001 com o objetivo de realizar uma profunda reforma do sistema de comércio internacional por meio de medidas de redução dos obstáculos e normas revisadas, abrangendo cerca de 20 aspectos comerciais, entre eles a agricultura.
O G20 lembra que as negociações começaram há uma década com "o claro mandato de enfrentar alguns dos desafios que afrontavam os países em desenvolvimento, sobretudo através da reforma das disciplinas agrícolas".
"Infelizmente, devido à falta de progresso na rodada, as distorções causadas pelos altos níveis de proteção na agricultura, inclusive os subsídios, continuam prejudicando as perspectivas de desenvolvimento a longo prazo de muitos países em desenvolvimento, especialmente dos menos desenvolvidos", acrescenta.
"Como componente central de sua dimensão em favor do desenvolvimento, sublinhamos que a agricultura é a peça central da Rodada de Doha e que a agricultura deve determinar o nível de ambição no marco do conjunto das negociações", destacam os ministros. EFE