Bangcoc, 4 jun (EFE).- O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Robert Gates, assegurou nesta sexta-feira que seu país manterá uma presença militar "robusta" na Ásia para proteger seus parceiros e as rotas de navegação comercial com armamento de alta tecnologia.
Gates explicou durante seu discurso na conferência asiática de segurança, em Cingapura, que Washington não reduzirá seu compromisso com a região, apesar dos cortes orçamentários planejados em seu departamento pelo presidente Barack Obama, segundo a emissora "Channel News Ásia".
As forças americanas manterão sua presença no nordeste da Ásia e a reforçarão no Sudeste Asiático e no Oceano Índico, afirmou o chefe do Pentágono.
Neste sentido, os Estados Unidos aumentarão sua colaboração com a Austrália e desdobrarão novos navios especializados em combate litorâneo em águas pouco profundas em Cingapura, aproveitando assim as modernas instalações navais da cidade-Estado.
"Nossa posição com relação à segurança marítima continua sendo clara: temos um interesse nacional na liberdade de navegação, no livre desenvolvimento econômico e no respeito ao direito internacional" em todas as partes do mundo, destacou.
Desta forma, Gates quis tranquilizar alguns aliados preocupados com o poderio militar da China, que recentemente provocou reações iradas em países vizinhos como Filipinas e Vietnã por reafirmar sua autoproclamada soberania sobre as disputadas Ilhas Spratly.
Esta região, rica em recursos naturais como gás natural e petróleo, também é reivindicada como própria por Brunei, Malásia e Taiwan.
Para cumprir estes objetivos, o secretário de Defesa indicou que os Estados Unidos investirão em modernizar ainda mais seu arsenal com aviões anti-radar e mísseis anti-navio, sem perder de vista outras aplicações da alta tecnologia militar como o espaço e a guerra cibernética.
Estes programas buscam alcançar "a capacidade mais relevante para preservar a segurança, a soberania e a liberdade de nossos aliados e parceiros na região", acrescentou Gates na reunião, denominada Diálogo Shangri-Lá.
Sem aludir diretamente à China, assinalou que o novo rearmamento tem como meta responder à possibilidade de que "novas armas e tecnologias possam ser empregadas para negar às forças americanas o acesso a rotas de navegação marítima e linhas de comunicação".
O Pentágono teme que Pequim esteja ensaiando fórmulas para invadir o sistema de segurança cibernética dos Estados Unidos, e o FBI investiga agora um suposto ataque de hackers chineses a contas de e-mail do Google.
A China acusa os EUA de usarem a internet para encorajar um movimento dissidente inspirado nas recentes revoluções populares em vários países árabes para derrubar o regime comunista chinês. EFE