Londres, 20 out (EFE).- General Motors está "razoavelmente
confiante" de que esta semana se assinará definitivamente a venda da
Opel para Magna International e Sberbank, apesar da advertência de
Bruxelas que tal operação poderia violar a legislação europeia sobre
ajudas públicas.
"O Governo alemão está dialogando com a UE, como lhe
corresponde", declarou ao jornal "Financial Times" o
diretor-executivo da GM, Fritz Henderson.
Henderson explicou que ficar com a Opel é o plano B, se acaba
sendo necessário, mas a melhor opção é fechar o trato com Magna,
negando que haja outros potenciais compradores.
"Tivemos numerosas e exaustivas discussões com nosso conselho de
direção, explicamos porque está justificada a operação com Magna e a
necessidade de apoiá-la", acrescentou o diretor-executivo da GM.
"Se as circunstâncias mudam fundamentalmente, voltaríamos a
consultar ao conselho. Mas neste momento, todos nossos esforços
estão para fechar o acordo com a Magna", explicou.
A comissária europeia da concorrência, Neelie Kroes, escreveu na
sexta-feira uma carta ao ministro alemão de Economia, Karl-Theodor
zu Guttenberg, na qual lhe advertia que a projetada ajuda de Berlim
a Opel poderia violar a legislação comunitária ao estar condicionada
a que Magna e Sberbank assumissem o controle.
Um porta-voz do truste alemão ao cargo atualmente da Opel
assegurou na segunda-feira que a decisão de aprovar sua venda ao
grupo austríaco-canadense Magna e ao banco russo Sberbank obedecia a
razões puramente econômicas.
O porta-voz da empresa alemã disse que correspondia a Berlim
esclarecer com Bruxelas qualquer motivo de preocupação que houvesse
embora expressasse sua esperança que não tenha que "recomeçar todo o
processo novamente".
A Comissão Europeia disse ter visto uma carta enviada no sábado
pelo Governo de Berlim a GM e aos administradores da Opel na qual
lhes assegurava que a prometida ajuda estatal de 4,5 bilhões de
euros não estava condicionada a que Magna e Sberbank ficassem com a
empresa alemã mas estava aberta a todos os que ofertassem por ela.
RHJ International, que tinha mostrado seu interesse pela Opel até
que a GM optou em setembro por Magna, descartou na segunda-feira que
tivesse interesse em voltar a ofertar. EFE