Frankfurt (Alemanha), 20 nov (EFE).- O consórcio americano
General Motors tomará decisões drásticas para recuperar sua filial
europeia Opel, "o que afetará alguns países mais fortemente que
outros".
A afirmação foi do chefe da General Motors Europa, Nick Reilly,
em entrevista publicada hoje pelo jornal "Frankfurter Allgemeine
Zeitung".
Explicou que "não temos necessariamente que fechar as portas, mas
reduzir a capacidade. Temos de reduzir uma parte dos custos
estruturais e há várias formas de fazê-lo".
"Não quero falar ainda entrar em detalhes, mas reduzir a
capacidade em 20% nas dez plantas com as quais contamos, não
significa necessariamente fechar duas plantas", acrescentou.
A General Motors planeja cortar em um ano entre 9 mil e 10 mil
postos de trabalho dos 50 mil aproximadamente que mantém na Europa,
incluindo Vauxhall.
Reilly confirmou que a GM investirá 3,5 bilhões de euros em um
plano de restruturação "que acreditamos que pode funcionar", apesar
de "os próximos anos serão muito duros e não só para nós. O mercado
está no chão".
A GM fechou o terceiro trimestre do ano com uma perda líquida de
400 milhões de euros.
No entanto, "voltaremos aos números ruins em 2011 e alcançaremos
lucros razoáveis em 2012", disse.
Nesta segunda-feira, Reilly se reunirá em Bruxelas com os
ministros de Economia dos países com plantas da Opel e com os
comissários da União Europeia, encontro no qual "explicarei as
razões que levaram a General Motors a não vender a Opel e a nossa
certeza que isto é o melhor para a empresa".
Além disso, "apresentaremos a alguns Governos as bases de nosso
plano" disse Reilly, que aproveitará a ocasião para "buscar o apoio
da União Europeia, com o compromisso de que cumpriremos com a
normativa e as regras".
Afirmou que o plano para Opel, empresa que conta atualmente com
uma liquidez segundo Reilly de 2 bilhões de euros, está sustentado
nos pilares para um novo futuro.
"A saúde da empresa é só uma parte do plano que elaboramos para
Opel, a outra parte é uma ação detalhada sobre produtos e
investimentos", adiantou Reilly.
Reilly confirmou que o plano de saúde estará fechado neste ano e
se aplicará em toda Europa na segunda metade de 2010, trabalho que
ele mesmo iniciará embora não acredite que terminará, pois "a minha
função acabará quando for encontrado um novo chefe, o que calculo
poderia durar mais três meses".
Sobre o perfil do novo homem forte da Opel, Reilly disse que
"também poderia ser uma mulher. Deve ser alguém com experiência em
saúde financeira e com capacidade para conduzir culturas
diferentes". EFE