Pequim, 20 nov (EFE).- O governador do Banco Popular da China
(PBOC), Zhou Xiaochuan, afirmou hoje que o país asiático desenvolve
um papel "passivo" na cotação monetária do dólar .
Zhou, que participava de um fórum econômico na capital chinesa,
respondeu assim às críticas recebidas dos Estados Unidos que Pequim
mantém o iuane artificialmente desvalorizado.
"É como estar presenciando um torneio. Só olhamos o jogo",
declarou o governador.
O presidente americano, Barack Obama, viajou esta semana à China
com a valorização da moeda chinesa na agenda de temas a tratar,
embora não obteve resultados concretos ao respeito.
Também o secretário do Tesouro dos EUA, Timothy Geithner, pediu
ao país asiático mercados "mais abertos" e um sistema cambial mais
flexível, já que Washington denuncia que o iuane está subvalorizado,
o que barateia as exportações chinesas.
China é o principal comprador de bônus americanos em momentos em
que o déficit fiscal dos EUA alcança já os US$1,42 trilhões e Pequim
expressou sua preocupação com um descenso da cotação da moeda
americana que põe em perigo seus investimentos.
Por outro lado, o governador do Banco Popular da China também
advertiu que taxas de juros interbancários excessivamente baixas
"desanimam às instituições financeiras a fornecer o adequado
financiamento à economia real".
Esta afirmação contrasta com o último anúncio de Ben Bernanke,
presidente do Federal Reserve (Fed), que declarou que manterá taxas
de juros muito baixas durante um período extenso para estimular o
crescimento.
Representantes do Japão e a União Europeia se manifestaram em
termos parecidos aos americanos.
Atualmente, a taxas de juros interbancários de referência para os
bancos chineses se situa em 2,25 % e permanece inamovível desde
dezembro do ano passado.
Por sua vez, a taxas de juros gerais a um ano se encontra em
5,31%, um dado ainda alto e mais focalizado a controlar a inflação
que a estimular o avanço econômico.
O PBOC anunciou no verão que manteria ambas taxas até abril do
próximo ano, contra da volatilidade que aplicou no final de 2008,
quando desceu os juros até em cinco ocasiões perante a explosão da
recessão. EFE