Atenas, 21 jan (EFE).- A Grécia e os bancos privados, representados pelo Instituto Internacional de Finanças (IIF), prosseguem neste sábado as negociações para um acordo sobre o princípio da remoção de uma parcela significativa da dívida grega dias antes da reunião do Eurogrupo, na próxima segunda-feira.
"Precisamos de um esboço do acordo para apresentá-lo nesta segunda-feira na reunião do Eurogrupo", disse à Agência Efe uma fonte do Ministério das Finanças grego.
As negociações continuaram via telefone, dada a inesperada viagem do diretor do IIF, Charles Dallara, e do assessor do BNP Paribas, Jean Lemierre, a Paris com a intenção de consultar os detalhes do eventual acordo com seus sócios.
A ideia é ter pronto o acordo para publicá-lo durante a Cúpula Europeia no dia 30 deste mês, cujo tema principal será a situação na Grécia.
Após a longa sessão de reuniões da sexta-feira, o IIF publicou um comunicado assinado por Dallara e Lemierre, no qual diziam que estavam definindo posições.
"Agora é o momento de atuar de forma decisiva e aproveitar a oportunidade de concluir este acordo histórico e contribuir com a estabilidade econômica da Grécia e da zona do euro e com a economia mundial", afirmaram ambos.
No entanto, o jornal grego Kathimerini ressaltou que "apesar do otimismo dos comunicados, as negociações estão de novo bloqueadas pelas taxas de juros dos novos bônus".
Isso ocorre porque o comitê formado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), a Comissão Europeia (CE) e o Banco Central Europeu (BCE) teria exigido um rebaixamento nas taxas de juros dos novos bônus reduzidos pelos quais serão substituídos os atuais.
Outro tema delicado é a lei que regeria os novos títulos, uma seção que o Governo grego teria cedido às exigências dos bancos em troca da redução dos juros, que no início da negociação os credores exigiam estar entre o 6 e o 8%.
Assim, os novos bônus estariam sujeitos à lei britânica e mais propícios aos credores, pois requer que, embora Grécia saia da moeda única, os títulos continuem cotando em euro.
A Grécia precisa de fundos para fazer o próximo pagamento da dívida, já que não dispõe de liquidez suficiente para quitar os 14,4 bilhões de euros que vencem em março, cuja falta de pagamento obrigaria o país a declarar falência. EFE