Por Stine Jacobsen e Alister Doyle
OSLO (Reuters) - A paquistanesa Malala Yousafzai, a mais jovem ganhadora do prêmio Nobel da Paz, pediu 39 bilhões de dólares adicionais para a educação em todo o mundo nesta terça-feira, e disse que vai continuar sendo a "voz das crianças" mesmo depois de fazer 18 anos na semana que vem.
O dinheiro, que permitiria que todas as crianças frequentassem escolas de ensino médio, é o equivalente a oito dias dos gastos militares globais, declarou ela à Reuters em uma conferência internacional de educação em Oslo, capital da Noruega.
"O mundo precisa pensar maior e sonhar mais alto", afirmou a ativista, dizendo que é um equívoco concentrar as metas da Organização das Nações Unidas (ONU) para 2015 somente no ensino primário universal. Cinquenta e nove milhões de crianças, muitas em zonas de guerra, nem sequer frequentam escolas primárias.
Mais conhecida por seu primeiro nome, Malala se tornou um símbolo global de desafio depois de ser atacada a tiros pelo Taliban em um ôninus escolar em 2012 por defender os direitos das meninas ao estudo.
Malala, que iniciou seu discurso declarando "estou aqui como a voz das crianças", também enfatizou que se torna uma adulta no dia 12 de julho. "Minha vida como criança chegará ao fim, é muito difícil", contou. Mas ela disse que sua abordagem não irá mudar. "Acho que não existe limite de idade... para falar em nome dos direitos de todas as crianças. Meu pai o vem fazendo como professor, e continuarei a fazê-lo como mulher", declarou. "Como adulto, você pode ser a voz das crianças".
Malala, que hoje mora na Inglaterra, foi covencedora do prêmio Nobel da Paz da 2014 ao lado do indiano Kailash Satyarthi.