Bruxelas, 26 jul (EFE).- A Comissão Europeia (CE) abriu hoje duas
investigações formais sobre o grupo de informática americano IBM, ao
suspeitar que a companhia poderia ter infringido a legislação
comunitária sobre concorrência em dois casos diferentes.
As duas práticas comerciais que poderiam indicar por parte da IBM
um abuso da posição dominante, ou seja, do controle de pelo menos
20% de mercado, afetam os negócios dos servidores centrais, explicou
o Executivo comunitário em comunicado.
A Comissão decidiu a abertura da primeira investigação formal por
conta das queixas apresentadas por distribuidores de programas de
informática, que afirmam que a IBM "une o material para servidores
centrais a seu próprio sistema de exploração de ditos servidores",
segundo a CE.
A segunda investigação é iniciativa própria do organismo, e tem
relação com "o suposto comportamento discriminatório da IBM com
relação a seus concorrentes que oferecem serviços de manutenção para
servidores centrais".
Os dispositivos são computadores de grande potência empregados
por várias empresas e instituições públicas de todo o mundo, destaca
a CE, que estima que "a grande maioria dos dados empresariais
mundiais é abrigada em servidores centrais".
No mundo todo em 2009, foram destinados aproximadamente 8,5
bilhões de euros para a compra de novos materiais e sistemas de
exploração relacionados com os servidores centrais, dos quais 3
bilhões foram gastos no mercado europeu, segundo dados da Comissão.
A primeira das supostas práticas ilegais de IBM teria como
consequência a exclusão do mercado dos provedores de tecnologias de
emulação, que permitem aos usuários executar aplicações essenciais
em equipes de marcas diferentes à companhia americana.
Em segundo lugar, a CE suspeita que a empresa dos Estados Unidos
colocou em prática ações comerciais "visando blindar o mercado dos
serviços de manutenção, evitando concorrentes potenciais no mercado,
e em particular restringindo ou retardando o acesso às peças de
substituição das quais a IBM é a única fornecedora".
No entanto, a decisão de hoje não significa que a Comissão
disponha de provas das infrações, mas efetuará, segundo a própria
entidade, "profundas investigações sobre o assunto". EFE