Rio de Janeiro, 7 out (EFE).- A inflação brasileira foi
pressionada em setembro pelos preços dos alimentos, ficando em
0,45%, mais de dez vezes o percentual de 0,04% medido em agosto e
quase o dobro do registrado no mesmo mês de 2009, que foi de 0,24%,
informou hoje o Governo.
A inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo
(IPCA) não era tão alta desde abril (0,57%) e contrastou com a
registrada nos últimos meses, já que em julho foi de 0,01% e em
agosto de 0,04%, segundo os dados divulgados hoje pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo o IBGE, o forte aumento dos preços em setembro foi
causado pelo reajuste dos alimentos.
Após três meses consecutivos de queda (em junho desceram 0,90%,
em julho 0,76% e em agosto 0,24%), os preços dos alimentos subiram
1,08% em setembro.
Entre os produtos alimentícios cujos preços mais subiram em
setembro estão carne bovina (5,09%), açúcar (5,66%), óleo de soja
(5,47%), frutas (3,98%), farinha de trigo (3,61%) e carne de frango
(3,11%).
O aumento em setembro elevou o índice acumulado nos nove
primeiros meses do ano para 3,60%, acima de 3,21%, medido no mesmo
período de 2009, mas ainda compatível com a meta do Governo, de
4,5%.
A meta oficial admite margem de erro de tolerância de dois pontos
percentuais e o Banco Central prevê que fechará o ano em 5%,
enquanto os economistas dos bancos privados projetam 5,07%.
Em qualquer dos casos, a inflação superará 4,31% registrado em
2009, mas será inferior ao 5,90% de 2008.
O aumento dos preços nos últimos 12 meses até setembro foi de
4,49%, abaixo do percentual de 4,70% apurado entre outubro de 2008 e
setembro de 2009.
A alta da inflação em setembro e a possibilidade de que essa
tendência se mantenha até o fim do ano pode impedir que o Banco
Central reduza a taxa básica de juro nos próximos meses.
O IPCA calcula a variação dos preços nas 11 maiores cidades do
país para as famílias que ganham até US$ 12.215 mensais. EFE