Inflação acelera em setembro no Brasil pelos preços de alimentos

Publicado 07.10.2010, 11:23
Atualizado 07.10.2010, 11:49

Rio de Janeiro, 7 out (EFE).- A inflação brasileira foi pressionada em setembro pelos preços dos alimentos, ficando em 0,45%, mais de dez vezes o percentual de 0,04% medido em agosto e quase o dobro do registrado no mesmo mês de 2009, que foi de 0,24%, informou hoje o Governo.

A inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) não era tão alta desde abril (0,57%) e contrastou com a registrada nos últimos meses, já que em julho foi de 0,01% e em agosto de 0,04%, segundo os dados divulgados hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo o IBGE, o forte aumento dos preços em setembro foi causado pelo reajuste dos alimentos.

Após três meses consecutivos de queda (em junho desceram 0,90%, em julho 0,76% e em agosto 0,24%), os preços dos alimentos subiram 1,08% em setembro.

Entre os produtos alimentícios cujos preços mais subiram em setembro estão carne bovina (5,09%), açúcar (5,66%), óleo de soja (5,47%), frutas (3,98%), farinha de trigo (3,61%) e carne de frango (3,11%).

O aumento em setembro elevou o índice acumulado nos nove primeiros meses do ano para 3,60%, acima de 3,21%, medido no mesmo período de 2009, mas ainda compatível com a meta do Governo, de 4,5%.

A meta oficial admite margem de erro de tolerância de dois pontos percentuais e o Banco Central prevê que fechará o ano em 5%, enquanto os economistas dos bancos privados projetam 5,07%.

Em qualquer dos casos, a inflação superará 4,31% registrado em 2009, mas será inferior ao 5,90% de 2008.

O aumento dos preços nos últimos 12 meses até setembro foi de 4,49%, abaixo do percentual de 4,70% apurado entre outubro de 2008 e setembro de 2009.

A alta da inflação em setembro e a possibilidade de que essa tendência se mantenha até o fim do ano pode impedir que o Banco Central reduza a taxa básica de juro nos próximos meses.

O IPCA calcula a variação dos preços nas 11 maiores cidades do país para as famílias que ganham até US$ 12.215 mensais. EFE

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