Rio de Janeiro, 6 jan (EFE).- O Brasil terminou 2011 com uma inflação de 6,5%, a maior desde 2004 (7,6%) e mais de meio ponto percentual acima da de 2010 (5,91%), de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Além de ter sido a maior taxa nos últimos sete anos, a inflação ficou exatamente no teto da meta imposta pelo Governo para 2011. De 2005 até 2013 o Governo impôs a meta de alcançar uma inflação de 4,5% ao ano, mas esse objetivo admite uma margem de tolerância de dois pontos percentuais, podendo chegar a um máximo de 6,5%.
Como o índice de preços ficou exatamente no teto tolerado, o Governo disse ter cumprido sua meta pelo oitavo ano consecutivo, o que evitou que o Banco Central fosse obrigado a apresentar perante o Ministério da Fazenda uma explicação oficial, com detalhes sobre o índice e medidas para corrigir o rumo.
Desde que criou o sistema de metas de inflação, em 1999, a taxa apenas superou o objetivo proposto em 2001, 2002 e 2003. Apesar da inflação ter aumentado em 2011 com relação a 2010, o país terminou o ano com uma menor pressão sobre os preços. A inflação em dezembro de 2011 foi de 0,5%, abaixo do 0,52% medido em novembro do ano passado e 0,63% do mesmo mês de 2010.
"A alta dos preços se concentrou no primeiro trimestre de 2011, quando a taxa subiu 2,44% por causa principalmente da elevação das tarifas de educação (matrículas e material escolar), assim como dos aumentos dos preços dos alimentos e das tarifas de ônibus", explicou a economista Eulina Nunes dos Santos, coordenadora dos estudos sobre inflação do IBGE.
"No segundo trimestre os alimentos seguiram pressionando a inflação, mas de forma menos forte. No terceiro trimestre a pressão já foi muito menor", acrescentou.
"A inflação está em trajetória descendente e terminou 2011 em 6,5% após ter alcançado um índice anualizado de 7,3% no final do terceiro trimestre", alegou o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, em comunicado.
Tombini acrescentou que outros indicadores reforçam a percepção de significativo esfriamento das pressões inflacionárias. De acordo com ele, a inflação retrocederá ao longo de 2012 e se dirigirá a níveis mais próximos ao centro da meta oficial.
O organismo prevê que a inflação ficará em 4,7% tanto em 2012 como em 2013, mas os economistas dos bancos privados projetam uma taxa de 5,32% para este ano.
Os preços dos alimentos, que tinham subido 10,39% em 2010, acumularam um aumento de 7,18% no ano passado. Apesar disso, os alimentos foram o setor com maior impacto sobre a inflação em 2011. EFE