Bangcoc, 2 nov (EFE).- As inundações que atingem grandes áreas da Tailândia há meses fizeram naufragar a economia do país, ao paralisar a produção das multinacionais, destruir colheitas e afastar turistas.
Enquanto o Governo ainda faz seus cálculos, alguns analistas acreditam que para a reabilitação da economia do país serão necessários 900 bilhões de baht (US$ 30 bilhões). Os economistas advertem que a prioridade deve ser as represas e a rede de canais e estradas para evitar a repetição de um desastre semelhante.
As autoridades elevaram nesta quarta-feira a 427 o número de mortos pelas inundações que afetam 26 províncias e subúrbios de Bangcoc. A capital tailandesa, com cerca de 12 milhões de habitantes, representa 41% do Produto Interno Bruto do país.
A primeira-ministra tailandesa, Yingluck Shinawatra, anunciou a preparação de um fundo de 800 bilhões de bath (US$ 25,99 bilhões) para ajudar agricultores, empresários e outras pessoas afetadas.
O turismo teve perdas estimadas em 3,71 bilhões de bath (US$ 120 milhões de dólares). A indústria e a agricultora, outros pilares da economia tailandesa, também necessitarão de crédito oficial.
As inundações alagaram sete parques industriais em cinco províncias ao norte de Bangcoc e afetaram cerca de 10 mil fábricas com 660 mil postos de trabalho.
Multinacionais do setor do automotivo, como Honda, Toyota, Nissan e Mitsubishi estão com a produção paralisada na Tailândia há semanas e deixaram de fabricar entre 130 mil e 205 mil veículos. A Honda afirmou que não voltará a operar plenamente antes de seis meses.
Outras multinacionais afetadas são as companhias dedicadas à fabricação de câmaras fotográficas, como Canon, Nikon e Sony.
As inundações também deixaram submersos 1,6 milhões de hectares de arroz na Tailândia, principal exportador mundial do cereal, o que afetou cerca de 6 milhões de toneladas de colheita.
O Governo reduziu a 19 milhões de toneladas o volume de arroz que exportará em 2011, abaixo dos 25 milhões que calculou no início do ano.
As projeções de crescimento econômico também foram reajustadas para baixo, de 4,1 a 2,6%, e a inflação subiu até 4,19%, desde a taxa de 3,79% dos últimos dez meses. EFE