Teerã, 24 jan (EFE).- O Irã proibirá a todas as companhias aéreas
nacionais a compra de aviões com mais de dez anos de idade, anunciou
o ministro de Estradas e Transportes iraniano, Hamid Behbahani.
O anúncio aconteceu horas antes do acidente no qual pelo menos 46
pessoas tiveram ferimentos de diversas gravidades, devido à queda de
um avião classe "Tupolev" quando tentava aterrissar no aeroporto de
Mashhad, uma das principais cidades do país.
Aparentemente, o avião, fretado pela companhia aérea local Taban
com 157 passageiros a bordo e cerca de 15 tripulantes, sofreu um
incêndio na cauda quando, às 6h30 (1h de Brasília), tentava chegar
após uma primeira tentativa de aterrissagem abortada, devido ao
nevoeiro.
"Até o momento, as companhias aéreas estavam autorizadas a
comprar aviões fabricados em 1995, mas, muito em breve, só poderão
adquirir aparelhos construídos a partir de 2000", disse Behbahani,
cujas palavras foram citadas ontem à noite pela agência de notícias
local "Irna".
Segundo o ministro, a República Islâmica tem atualmente uma frota
composta por 193 aviões de passageiros, dos quais 25 foram comprados
este ano.
Os especialistas insistem, no entanto, em que o Irã tem uma frota
aérea em estado crítico, muito antiga e com carências de manutenção.
As autoridades iranianas culpam por isso as sanções
internacionais impostas pelos Estados Unidos, que impedem a compra
de aviões novos e de peças de substituição.
Desde que as medidas punitivas foram impostas nos anos 80, a
aviação iraniana sofreu vários acidentes com mais de 100 mortos.
Em 15 de julho, 168 pessoas morreram devido à queda de um avião
de passageiros na província de Qazvin, 200 quilômetros a noroeste de
Teerã, em uma das piores tragédias aéreas da história do Irã.
O avião, um "Tupolev" de fabricação russa com 153 passageiros e
15 tripulantes, tinha partido do aeroporto de Teerã rumo a Yerevan,
capital da Armênia.
O mais grave aconteceu em 2003, quando 302 pessoas, na maioria
membros da Guarda Revolucionária - corpo de elite das forças de
segurança iranianas -, morreram na queda do avião onde viajavam. EFE