Dublin, 21 set (EFE).- O Governo irlandês leiloou nesta
terça-feira títulos da dívida do Estado a quatro e oito anos por um
valor total de 1,5 bilhão de euros, mas com taxas de juros
superiores aos da emissão anterior.
A Agência de Gerenciamento do Tesouro Nacional irlandês (NTMA, na
sigla em inglês) captou 1 bilhão de euros através da venda de bônus
a oito anos, oferecendo juros de 6,023%, maior do que os 5,088% do
leilão de junho passado.
Os títulos a quatro anos, pelos quais obteve 500 milhões de
euros, também sofreram alta de juros, de 3,627%, em junho, para
4,767%, nesta terça-feira.
Apesar da alta dos juros, os mercados de dívida reagiram
positivamente ao leilão, já que reduziram o bônus irlandês à cotação
de 6,27%, menor do que o recorde histórico de 6,56%, alcançado na
segunda-feira.
O diretor de gestão de dívida da NTMA, Oliver Whelan, se declarou
"encantado" pelo resultado, dizendo que foi alcançado o objetivo de
arrecadar 20 bilhões de euros nos mercados da dívida em 2010.
"Destacamos que a demanda investidora se manteve firme, inclusive
nas atuais condições difíceis do mercado, como ficou demonstrado
pelo fato de que recebemos aporte que chegaram até três vezes o
valor da soma em oferta", assinalou Whelan.
Segundo a NTMA confirmou hoje, outro leilão de bônus do Estado
será realizado em 19 de outubro, embora tenha informado que os
cofres públicos estão agora preparados para se autofinanciar
durante, pelo menos, o primeiro semestre de 2011.
Em declarações à imprensa irlandesa, o analista chefe da empresa
de consultoria financeira Bloxham Stockbrokers, Alan McQuaid,
afirmou que, "do ponto de vista do mercado, o resultado em termos de
demanda (do leilão) é espetacular".
"Obviamente, estamos pagando juros mais altos. Não podemos seguir
pagando altos juros todos os meses nos leilões. Mas a NTMA está bem
provista (de liquidez) para o próximo ano. Nos sentimos cômodos
nesta posição", explicou McQuaid.
A empresa de consultoria Citigroup opinou nesta terça-feira que o
resultado da venda dos títulos dívida foi "ótimo" para os
investidores e "horrível" para o contribuinte irlandês. EFE