Tóquio, 31 out (EFE).- O Japão expressou nesta segunda-feira seu apoio ao Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF) e afirmou que continuará comprando bônus de resgate, além de ter feito uma intervenção para frear a escalada do iene.
A terceira economia mundial transmitiu seu compromisso com a zona do euro ao presidente do FEEF, Klaus Regling, que visita a Ásia para conseguir potenciais compradores de dívida europeia. Entretanto, a quantia da eventual compra de bônus não foi divulgada.
Na última semana, os líderes da União Europeia acordaram perdoar 50% da dívida grega, ampliar o fundo de resgate e recapitalizar os bancos. Nesta segunda-feira, Regling se reuniu com o vice-ministro japonês de Finanças, Takehiko Nakao.
O presidente do FEEF chegou ao Japão procedente da China, a maior proprietária de reserva de divisas estrangeiras do mundo, com US$ 3,2 trilhões. As autoridades chinesas se mostraram interessadas em oportunidades de investimento "sólidas e seguras", mas não fizeram um acordo imediato.
O Japão reafirmou seu compromisso com o FEEF após ter contribuído em janeiro e junho com aproximadamente 2,7 bilhões de euros em títulos de resgate da Irlanda e Portugal
Embora o montante de uma eventual nova compra seja desconhecido, o ministro de Finanças japonês, Jun Azumi e o primeiro-ministro Yoshihiko Noda indicaram em ocasiões anteriores que o volume poderia ser similar ao adquirido no passado.
A reunião de Regling com as autoridades japonesas coincidiu com a intervenção do Governo e do Banco do Japão no mercado de divisas para aplacar o fortalecimento do iene com relação ao dólar e o euro.
A intervenção fez com que o iene se barateasse cerca de 4%, até a média de 79 unidades frente ao dólar, embora não tenha acabado com as dúvidas dos investidores sobre sua efetividade a longo prazo e levou a Bolsa de Tóquio a fechar com uma queda de 0,68%.
O ministro de Finanças japonês, que evitou precisar o montante da operação, culpou os especuladores do excesso de volatilidade do iene. Azumi insistiu que as taxas de câmbio "devem refletir a realidade econômica de cada país e oscilar em uma categoria dentro do bom senso".
A intervenção desta segunda-feira é a quarta do Japão no mercado de divisas desde setembro do ano passado, quando vendeu 2 trilhões de ienes para baratear sua moeda, e a segunda desde agosto, quando empregou 4,51 trilhões de ienes nesta operação.
Para enfrentar futuras intervenções, o Governo prevê aumentar o fundo destinado a operações deste tipo durante este ano fiscal, que termina em março de 2012.
O fortalecimento excessivo do iene prejudica a economia japonesa, em recuperação após o terremoto e tsunami de março, e afeta de maneira particular seus exportadores, que perdem competitividade e lucro.
Segundo a agência local "Kyodo", antes desta intervenção o Japão teria consultado os países-membros do G7, uma medida que o ministro de Finanças não quis comentar. EFE