Porto Alegre, 26 jan (EFE).- O presidente Luiz Inácio Lula da
Silva anunciou hoje que visitará Haiti em 25 de fevereiro e atribuiu
a situação catastrófica desse país às nações ricas, que, segundo
disse, ficaram décadas sem ajudar o povo haitiano.
"O que aconteceu no Haiti, mais que falta de atenção, foi falta
de respeito ao mínimo direito sagrado de cidadania", disse Lula em
discurso no Fórum Social Mundial, que acontece em Porto Alegre, no
Rio Grande do Sul.
O presidente afirmou que o mundo todo deveria estar "indignado"
com o mundo desenvolvido, que "é responsável pelo que ocorreu no
Haiti".
Lula disse ainda que espera que o terremoto que devastou Porto
Príncipe em 12 de janeiro seja capaz de "envergonhar os que governam
este planeta" e constrangê-los a fazer o que "deveriam ter feito há
40, 30 ou dez anos".
Além de garantir que o Brasil "fará sua parte", o chefe de Estado
brasileiro anunciou a construção no Haiti de um hospital de campanha
para 2.500 pessoas, que será operado por médicos brasileiros.
Sobre o trabalho da Missão de Estabilização da ONU no Haiti
(Minustah), lançada em 2004 e liderada pelo Brasil, Lula declarou
que as tropas brasileiras "ensinaram ao mundo" que é possível
posicionar militares em solo estrangeiro sem provocar ingerências
políticas no país ou agredir a população.
O presidente também aproveitou para sugerir aos participantes do
Fórum Social Mundial que se dediquem este ano à promoção de ações de
solidariedade e em prol da reconstrução do Haiti. EFE