Lula prevê que Brasil será 5ª maior economia do mundo

Publicado 05.11.2009, 10:14
Atualizado 05.11.2009, 10:35

Londres, 5 nov (EFE).- O Brasil se transformará "entre 2016 e 2020", no máximo, "a quinta economia do mundo", segundo as previsões do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O país terá uma economia forte, muito mais desenvolvida do ponto de vista tecnológico e do ensino, e também "ainda mais democrática que a atual", afirma Lula, em entrevista ao jornal "Financial Times".

O presidente prevê um crescimento econômico de 5% ou mais em 2010 e diz que o país continuará crescendo "de modo sustentável" nos próximos anos.

"É um momento glorioso, quase mágico da história do Brasil", afirma Lula, após explicar que o país terá que realizar um grande programa de investimentos diante da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro em 2016.

Lula participa hoje, em Londres, de um seminário sobre investimentos no Brasil organizado pelo "Financial Times" e, após uma audiência com a rainha Elizabeth II da Inglaterra, receberá o prêmio do instituto Chatham House, que reconhece anualmente "a contribuição mais significativa à melhoria das relações internacionais no ano anterior".

Lula afirma que sua presença nesta capital, como as viagens que realizará à Alemanha e, no próximo ano, à Espanha, tem como objetivo justamente atrair investimentos privados ao Brasil em benefício de setores como o petrolífero, a construção e os trens de alta velocidade.

Em sua entrevista ao jornal britânico, Lula afirma que, embora o Brasil tenha que "fazer ajustes", "não há nenhum outro país que tenha atualmente uma posição fiscal tão saudável" e lembra, a respeito, que há um projeto de lei de reforma tributária no Congresso.

Sobre como o Brasil enfrentou a crise econômica, Lula explica que seu Governo começou a adaptar uma série de medidas em 2007, "sem saber que haveria crise".

Quando a crise explodiu, foram tomadas medidas contracíclicas, que facilitaram os créditos e o financiamento de setores concretos da economia, houve uma redução dos impostos sobre automóveis, eletrodomésticos da linha branca, maquinaria agrícola e material de construção.

Segundo Lula, seu Governo não trabalha com a ideia de que a crise terminou, mas sim que "pode ser superada" e se propõe, para isso, a continuar impulsionado os investimentos em uma economia diversificada.

Em relação à cúpula sobre a mudança climática em Copenhague, Lula manifesta o compromisso de seu país de reduzir em 80%, até 2020, o desmatamento na Amazônia.

O Brasil quer contribuir para o combate ao aquecimento do planeta, diz Lula, acrescentando que apresentará em Copenhague uma proposta formal, que não tem por que ser aceita por todos, mas que seu país se comprometerá a cumprir.

O presidente afirma que não faz sentido buscar um acordo que depois os países não poderão cumprir, uma proposta que seja inviável.

Em relação ao estado das relações entre o Brasil e outros países da América Latina, afirma que são "as melhores possíveis" e acrescenta que a democracia é "extraordinária, porque permite viver democraticamente na diversidade".

Lula coloca como exemplo para a região a unificação da Europa, que considera a "melhor demonstração de que, com vontade política, é possível superar qualquer tipo de obstáculos".

"O Brasil está desenvolvendo alianças com todos os países, dentro do respeito à soberania de cada um", afirma. EFE

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