Rio de Janeiro, 13 nov (EFE).- O presidente Luiz Inácio Lula da
Silva terá uma reunião amanhã em Paris com o colega francês, Nicolas
Sarkozy, e na segunda-feira, em Roma, com o primeiro-ministro da
Itália, Silvio Berlusconi, informaram hoje fontes oficiais.
Lula, que há oito dias retornou de uma viagem à Inglaterra e em
outubro percorreu Bélgica, Suécia e Dinamarca, programou os
encontros com Sarkozy e Berlusconi para aproveitar um compromisso
que tem em Roma.
Na cidade, o governante participará da primeira Cúpula sobre
Segurança Alimentar, convocada pela Organização das Nações Unidas
para a Agricultura e a Alimentação (FAO) com o objetivo de compor
acordos para erradicar a fome que atinge 1 bilhão de pessoas no
mundo.
Na sexta-feira à noite, o presidente partirá de São Paulo rumo a
Paris e seguirá no sábado mesmo a Roma, após a reunião com Sarkozy.
"O encontro com Sarkozy foi programado para dar oportunidade aos
presidentes de discutir sobre os temas ambientais que estão sendo
preparados para a Conferência de (Mudanças Climáticas de dezembro)
Copenhague", disse hoje o porta-voz da Presidência brasileira,
Marcelo Baumbach, em entrevista coletiva.
Lula está empenhado em convencer o maior número de líderes
possíveis a comparecerem à Cúpula de Copenhague e quer que todos
apresentem propostas ambiciosas, convite que também fará a Sarkozy,
como governante da Guiana francesa, além de convidá-lo também a
participar da Cúpula de Países Amazônicos em 26 de novembro em
Manaus.
"O presidente terá na segunda-feira um almoço de trabalho com o
presidente do Conselho de Ministros da República italiana, Silvio
Berlusconi", acrescentou Baumbach ao referir-se à reunião com agenda
aberta solicitada pelo primeiro-ministro da Itália.
Segundo o porta-voz, nenhum assunto está excluído da pauta, nem
mesmo a polêmica decisão do Governo brasileiro de conceder refúgio
ao ex-ativista de esquerda italiano Cesare Battisti, condenado à
prisão perpétua em seu país por 4 assassinatos.
O refúgio gerou mal-estar diplomático no início de ano e a Itália
chegou até a retirar seu embaixador do Brasil durante um mês.
A reunião de Lula e Berlusconi será a primeira desde o incidente
diplomático, mas o porta-voz presidencial considera que "esse
assunto não deve causar problema porque a relação entre Brasil e
Itália é boa e profunda".
"No caso Battisti, o presidente (Lula) aguarda o pronunciamento
final do Supremo Tribunal Federal para depois tomar uma decisão",
acrescentou Baumbach ao esclarecer que o chefe de Estado ainda pode
contrariar a corte e manter o refúgio.
Lula também deve reunir-se no domingo em Roma com outras
autoridades e personalidades italianas e de diferentes países, como
o ex-primeiro-ministro da Itália Massimo D'Alema.
Na mesma capital, o governante brasileiro também participará no
domingo, junto de governantes de países africanos, de um seminário
em que a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa)
exibirá suas experiências na transferência de tecnologia agrícola
que pode ser aproveitada na savana africana.
Um dia depois participará da abertura da Cúpula sobre Segurança
Alimentar, convocada pela FAO.
Lula aproveitará o encontro para expor os programas que, segundo
o Governo, permitiram o país retirar 11 milhões de pessoas da
pobreza e reduzir em 73% a desnutrição infantil. EFE