Caracas, 15 nov (EFE).- O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, descartou nesta sexta-feira que seu governo esteja planejando "corrigir" o atual diferencial cambial e prometeu medidas para atrair a entrada de dólares no país e reduzir a fuga de capitais que bate na economia.
"Na Venezuela não está previsto corrigir nenhum diferencial cambial. Aqui o que está previsto é fortalecer nossa moeda", disse o presidente durante uma entrevista coletiva com jornalistas nacionais e estrangeiros no palácio presidencial de Miraflores.
O presidente justificou sua recusa em realizar ajustes no câmbio, artificialmente controlado no país, ao assinalar que a Venezuela conta com divisas suficientes para se financiar.
E antecipou que serão implementados "mecanismos para atrair os dólares que se foram deste país" mediante "incentivos" para o investimento.
"Vamos fazer essas leis para que esse capital volte à Venezuela, que as empresas que tragam capital em moeda estrangeira possam economizá-lo na Venezuela", indicou.
"E agora vamos criar legislação especial para isso e para premiar quem trouxe para esse país o capital de fora, seja de uma empresa nacional ou capital que venha de outros países", acrescentou.
Maduro anunciou que serão estabelecidas "normas muito rígidas para evitar a fuga de capitais", um fenômeno que provocou um forte diminuição das reservas internacionais e que preocupa os economistas.
Alguns deles consideram que o governo poderia se ver forçado a desvalorizar a moeda venezuelana até o fim deste ano ou no início do próximo, por causa da imensa sobrevalorização do bolívar e uma brecha entre a taxa de câmbio oficial e o paralelo, diferença que este mês chegou próximo de 10 vezes.
Na Venezuela está em vigor desde 2003 um controle estatal de divisas que situa a taxa oficial em 6,30 bolívares por dólar, e o governo reivindica que ao determinar os preços ao consumidor os comércios aplicam a cotação do ilegal mercado negro. EFE