Berlim, 29 abr (EFE).- A chanceler alemã, Angela Merkel, decidiu não comparecer à Eurocopa na Ucrânia, que será realizada nos próximos meses de junho e julho em sedes compartilhadas com a Polônia, se a ex-primeira-ministra Yulia Timoshenko não for libertada antes, revelou a revista "Der Spiegel".
Além disso, Merkel aconselhou seus ministros a não comparecerem ao evento esportivo em protesto pelo tratamento do regime do presidente ucraniano, Viktor Yanukovich, a Timoshenko, que está doente na prisão, onde também iniciou uma greve de fome.
Merkel só fez uma exceção ao seu ministro do Interior, Hans Peter Friedrich, responsável pela política esportiva do governo germânico, mas este já declarou que só irá ao jogo de futebol em Charkow entre Alemanha e Holanda se antes puder visitar Timoshenko.
O governo alemão e especialistas da Clínica Universitária da Charité em Berlim, que visitaram Timoshenko várias vezes na prisão, se ofereceram reiteradamente para que a dissidente ucraniana receba tratamento médico na capital alemã.
Por sua vez, o opositor Partido Social-Democrata Alemão (SPD) pediu a todos os políticos do Velho Continente que boicotem a próxima Eurocopa e questionem o acordo de associação desse país com a União Europeia (UE).
"Os políticos devem ter o cuidado de não se transformar em comparsas do regime. Pode ser que se sentem nos estádios junto com diretores de prisões e policiais disfarçados. Em caso de dúvida não devem viajar", declarou o presidente do SPD, Sigmar Gabriel, em entrevista ao jornal "Bild am Sonntag".
"Enquanto as pessoas forem presas e maltratadas por motivos políticos na Ucrânia não pode haver normalidade nas relações com esse país. Sob essas circunstâncias não se pode ratificar o acordo de associação entre a Ucrânia e a UE", afirmou Gabriel.
Ao debate político sobre a situação na Ucrânia se somou o mundo esportivo, na figura do presidente do Bayern de Munique, Uli Hoeness, que exige do presidente da Uefa, o francês Michel Platini, que se posicione às claras perante o "autoritário" regime de Yanukovich. EFE