Berlim, 14 nov (EFE).- A chanceler alemã, Angela Merkel,
"desculpou" o presidente americano Barack Obama pelo fracasso da
venda de Opel ao consórcio austríaco-canadense Magna e insistiu que
a General Motors deve devolver por completo o crédito que recebeu de
Berlim.
"O presidente Obama me esclareceu que não esteve envolvido na
decisão. Agora essa decisão é definitiva e a GM deve devolver o
crédito e assumir de novo sua responsabilidade financeira sobre a
Opel", afirma Merkel, em declarações hoje ao jornal "Frankfurter
Allgemeine Zeitung".
A chanceler respondeu assim uma pergunta se existiria algum
mal-estar com Obama pela decisão da GM e acrescentou também que com
o apoio de Berlim à operação foi dada "uma oportunidade de
sobrevivência a Opel", algo que, afirma, o consórcio americano é
consciente.
O anúncio da GM do fracasso da operação de venda a Magna
surpreendeu Merkel nos EUA, onde tinha louvado em discurso no
Congresso a amizade germânico-americana, o que supôs uma dupla
bofetada para a chanceler, que viajou para Washington recém reeleita
para o cargo.
Na quinta-feira passada o Governo alemão retomou os contatos com
a GM, com a reunião mantida em Berlim entre o ministro da Economia,
Rainer Brüdeler, o novo diretor da filial europeia, Nick Reilly, e o
vice-presidente da companhia, John Smith.
O Governo alemão outorgou a Opel um crédito de 1,5 bilhão de
euros para preservar a filial europeia da GM da falência de sua
matriz, dos que se utilizaram 700 milhões.
Até agora, o consórcio americano devolveu 200 milhões de euros e
até o próximo 30 de novembro deve pagar outros 400 milhões.
A General Motors emprega cerca de 45.500 pessoas na Europa e
mantém conversas com os Governos europeus.
Sustenta que seu plano na Europa levará em conta, como a proposta
da Magna, estabelecer a melhor base para o êxito futuro da
Opel/Vauxhall.
O produtor automobilístico reconheceu que para realizar o plano
de reestruturação da filial necessita ajuda financeira dos Governos
europeus e dos empregados.
Os trabalhadores de Opel, no entanto, exigem à matriz americana
"um plano industrial concreto de volume, produto e vendas até 2014"
como condição para participar do plano de economia que necessita a
empresa. EFE