Nova York, 16 out (EFE).- O milionário Raj Rajaratnam, um dos
homens mais ricos dos Estados Unidos, foi detido e acusado junto com
outros cinco investidores de ganhar mais de US$ 20 milhões
ilegalmente com investimentos nos quais usavam informação
privilegiada, informou hoje a Procuradoria federal em Manhattan.
Rajaratnam, de 52 anos e nativo do Sri Lanka, administra os
fundos de investimento de alto risco Galleon Management e Galleon
Technology Offshore. Neste ano, ele apareceu no 236º lugar na lista
dos 400 americanos mais ricos da revista "Forbes", com uma fortuna
avaliada em US$ 1,5 bilhão.
Também estão supostamente envolvidos na trama Danielle Chiesi e
Mark Kurland, que trabalham para o New Castle Funds, entidade que
esteve vinculada ao Bear Stearns Asset Management, e Rajiv Goel,
executivo da Intel Capital, divisão de investimentos da Intel.
Os outros acusados são Anil Kumar, executivo da empresa de
consultoria financeira McKinsey & Company, e Robert Moffat, diretor
da IBM, explicou a Procuradoria em comunicado de imprensa.
O escritório dirigido pelo procurador Preet Bharara ressaltou que
este é o maior caso de uso de informação privilegiada protagonizado
até agora por um fundo de alto risco.
Além disso, esta é a primeira vez em que grampos telefônicos com
autorização judicial foram utilizados para investigar um assunto
desta natureza.
As autoridades federais acusam os envolvidos de obter lucros
negociando ações de companhias que cotam na bolsa, como Google, a
cadeia de hotéis Hilton, AMD e Sun Microsystems, entre outras, após
conseguir informações de funcionários de empresas e entidades
financeiras relativas a previsões de lucro, fusões e aquisições.
Como resultado do uso ilegal dessa informação, Rajaratnam,
Kurland, Chiesi e outros investidores ganharam milhões de dólares
para suas contas bancárias pessoais e para os fundos que operavam.
Além disso, pagavam seus informantes com investimentos vantajosos
nessas empresas.
As autoridades federais interceptaram conversas telefônicas entre
os acusados e obtiveram gravações depois de um acordo com um
indivíduo conhecedor dessas atividades e que topou colaborar com a
investigação.
Essa testemunha contou, por exemplo, que um analista da agência
Moody's disse em 2 de julho de 2007 que a cadeia Hilton passaria
para mãos privadas, o que levou ao conhecimento de Rajaratnam.
Com base nessa informação, a Galleon adquiriu centenas de
milhares de ações da companhia, conseguindo lucros de US$ 4 milhões.
Os acusados podem ser condenados a até 20 anos de prisão pelo
crime de transações fraudulentas de ativos financeiros e a pagar
multas milionárias. EFE