Paris, 25 mai (EFE).- A ministra de Economia e Finanças francesa, Christine Lagarde, anunciou nesta quarta-feira sua candidatura para suceder Dominique Strauss-Kahn à frente do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Em entrevista coletiva, Lagarde apontou que decidiu postular-se "após uma reflexão madura" e de ter recebido o apoio do presidente francês, Nicolas Sarkozy, e do primeiro-ministro, François Fillon.
Lagarde declarou que se for escolhida transferiria ao FMI toda sua experiência "como advogada, dirigente empresarial e ministra", e disse que desempenharia o cargo com entusiasmo e dedicação.
A ministra, de 55 anos, indicou que aceita o "imenso desafio" com humildade, esperando conseguir o maior consenso possível, e ressaltou que o apoio recebido por parte de diferentes países a "impulsionou a dar este passo".
Lagarde acrescentou que a instituição "não é propriedade de ninguém, salvo de seus 187 países-membros, dos quais cada um tem expectativas legítimas", razão pela qual estará à disposição de todos os membros nas próximas semanas para apresentar seu projeto e dar ao FMI "uma nova ambição".
O prazo de apresentação de candidaturas, que começa com uma dura queda-de-braço entre a Europa e os países emergentes, foi aberto formalmente na segunda-feira e finaliza em 10 de junho, no mesmo dia em que a Justiça francesa decide se abre uma investigação que envolveria a ministra por suposto abuso de autoridade no caso Tapie.
A Promotoria pediu a abertura de um procedimento em10 de maio, por considerar que Lagarde pode ter cometido abuso de autoridade na fixação da indenização ao empresário francês Bernard Tapie em 240 milhões de euros pela venda da Adidas em 1993.
A ministra declarou que embora a investigação continue, manterá sua candidatura porque tem a consciência tranquila e sempre atuou "com o interesse do Estado e da lei".
Lagarde conta até o momento com o apoio entre outros dos três pesos pesados da União Europeia: França, Reino Unido e Alemanha e em um primeiro momento, segundo anunciou nesta terça-feira o porta-voz do Governo francês, François Baroin, parecia ter recebido também o anúncio da China.
Pouco depois, no entanto, os cinco membros dos grandes países emergentes, o denominado grupo dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) classificaram de "obsoleta" a tradição de o diretor-gerente do FMI ser apenas um europeu.
Lagarde disse que não se apresenta como "candidata do Eurogrupo, europeia ou francesa", mas como uma pessoa à disposição desse organismo, e ressaltou que embora não espere que sua condição de europeia represente uma vantagem, não deseja também não que isso signifique uma desvantagem. EFE