Investing.com - O dólar atingiu uma nova alta de três semanas contra seus pares dos mercados de economia mais desenvolvida no início do pregão na Europa, nesta terça-feira, depois que o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, argumentou indiretamente contra a redução das taxas de juros no mercado num futuro próximo devido ao já alto nível de dívida corporativa.
"A dívida empresarial atingiu claramente um nível que deve dar às empresas e investidores motivos para fazer uma pausa e refletir", disse Powell em uma conferência, observando que os empréstimos corporativos atingiram um nível recorde de cerca de 35% dos ativos corporativos.
Mesmo assim, ele não aceitou as sugestões de que a situação da dívida corporativa se assemelhava aos dias anteriores à crise financeira em 2007, dizendo que a comparação “não era totalmente convincente”.
Às 4h00, o índice dólar, que mede a força da moeda frente a uma cesta ponderada de seis principais moedas, estava em 97,928, tendo atingido 97,953 anteriormente, seu maior nível desde 26 de abril. Às 09h05, as máximas foram renovadas para 98,10, alta de 0,17%.
Em parte, isso refletiu um forte aumento em relação ao dólar australiano e ao dólar neo-zelandês depois que o governador do Reserve Bank of Australia Philip Lowe disse que o banco iria examinar o caso para cortar sua taxa de juros em sua próxima reunião de política monetária em junho.
Enquanto isso, o yuan chinês permaneceu amplamente estável como a tensão comercial entre os EUA e a China diminuiu levemente. Após o Departamento de Comércio sinalizar que daria isenções específicas para as as empresas americanas - em casos específicos - da proibição de vender ao gigante de telecomunicações Huawei, que estava no centro da volatilidade de segunda-feira. Os mercados de ações da Europa abriram com um modesto movimento de alívio.
Isso não impediu que o fundador da Huawei, Ren Zhengfei, previsse mais problemas à frente.
"Nós nos sacrificamos e nossas famílias para o nosso ideal, para ficar no topo do mundo", disse Ren à TV estatal chinesa. "Para alcançar este ideal, mais cedo ou mais tarde haverá conflito com os EUA".
Na Europa, tanto o euro quanto a libra britânica continuam sob pressão da ameaça revivida de um 'Hard Brexit' e das discussões em torno das eleições para o Parlamento Europeu que começam na quinta-feira.
O par EUR/USD caiu 0,2%, para US$ 1,1149, enquanto GBP/USD caiu 0,2%, para US$ 1,2703, em baixa de quatro meses, em meio a relatos de que a ala moderada do Partido Conservador pretende impedir que o próximo líder partidário (e o primeiro-ministro) tire o Reino Unido da UE sem acordos transitórios. A notícia ressalta quão difícil será romper o impasse político em torno do Brexit.