Investing.com - A libra operou em queda na sexta-feira, registrando sua maior onda de liquidação diária dos últimos anos, ao passo que o dólar e o iene subiram uma vez que a votação inesperada para a saída do Reino Unido da União Europeia reverberou em mercados mundiais.
Na quinta-feira, o resultado da votação no Reino Unido ficou em quase 52% a favor da saída do maior bloco comercial do mundo - contra 48% de votos a favor da permanência.
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, que apoiou a fracassada campanha para a permanência, renunciou após o anúncio do resultado final do referendo.
A libra esterlina caiu em meio a temores de que a decisão pode afetar o investimento na economia do Reino Unido, ameaçar o papel de Londres como capital financeira mundial e estimular meses de incerteza política.
A votação pode também levar a uma dissolução do Reino Unido, com a alta probabilidade de que a Escócia realize um segundo referendo de independência.
A agência de classificação Moody's alertou na sexta-feira que poderá reduzir a classificação do crédito do Reino Unido, uma vez que ela diminuiu a perspectiva de "estável" para "negativo" após o país ter votado a favor de deixar a UE.
Moody's disse que o resultado vai anunciar "um período prolongado de incerteza".
A agência de classificação rival Standard & Poor's, a única de três principais agências de classificação que ainda mantém a classificação AAA para a Grã-Bretanha, disse na sexta-feira que a votação Brexit significou que a classificação AAA não é mais sustentável.
GBP/USD ficou em 1,3616 na sexta-feira, uma queda de 8% no dia, recuando para 1,3228 no início do dia, seu nível mais fraco desde os meados de 1985. Foi o pior dia para a libra desde a desvalorização da moeda em 1967.
A libra encontrou algum apoio após o Banco da Inglaterra ter anunciado de que estava pronto para fornecer £ 250 bilhões para auxiliar no andamento do mercado, declarando de que tomará "todos os passos necessários" para garantir a estabilidade financeira e monetária.
O presidente do Banco da Inglaterra (BoE), Mark Carney, disse que o BoE consideraria tomar respostas políticas adicionais durante as próximas semanas.
Os bancos centrais do grupo G7 também disseram em uma declaração conjunta que estão preparados a fornecer liquidez adicional aos mercados, conforme necessário.
O euro caiu 2,3% contra o dólar na sexta-feira, com o EUR/USD a 1,1120 na sexta-feira.
O franco suíço recuou de uma alta de quase um ano contra a moeda única após o Swiss National Bank (SNB) ter dito que intervieram no mercado cambial para conter os ganhos do franco tradicionalmente estável.
O iene operou em alta contra o dólar, com USD/JPY atingindo baixas de 99,03, vistas pela última vez em novembro de 2013, antes de sair das baixas para 102,22 no final do pregão.
Nesta semana, os investidores continuarão a digerir as consequências da votação Brexit.
A presidente do Banco Central dos EUA (Fed), Janet Yellen, deve pronunciar-se em uma conferência do banco central BCE em Portugal na quarta-feira, com investidores aguardando indicações sobre como Brexit alterará as perspectivas para a economia dos Estados Unidos e o aumento das taxas de juros.
Na terça-feira, os EUA também devem divulgar estimativas revisadas sobre o crescimento no primeiro trimestre.
Antecipando-se à próxima semana, a Investing.com compilou uma lista desses e de outros eventos significativos que podem afetar os mercados.
Segunda-feira, 27 de junho
A Nova Zelândia deve divulgar dados sobre a balança comercial.
Terça-feira, 28 de junho
Os EUA devem divulgar dados finais sobre o crescimento do primeiro trimestre e um relatório do setor privado sobre a confiança do consumidor.
Quarta-feira, 29 de junho
O Japão deve divulgar dados sobre as vendas no varejo.
Na zona do euro, a Alemanha e a Espanha devem divulgar estimativas preliminares sobre a inflação ao consumidor.
O Reino Unido deve publicar dados sobre o financiamento líquido a pessoas físicas.
Os EUA devem divulgar relatórios sobre a renda e os gastos pessoais e vendas de imóveis pendentes.
A presidente do Fed, Janet Yellen, e outros presidentes de bancos centrais devem participar da conferência do banco central BCE em Portugal.
Quinta-feira, 30 de junho
A Alemanha deve publicar um relatório sobre a variação do desemprego.
O Reino Unido deve divulgar dados sobre as transações correntes.
A área do euro deve apresentar sua estimativa preliminar de inflação para junho.
O BCE deve publicar a ata da sua última reunião.
O Canadá deve divulgar o relatório sobre o crescimento mensal do PIB.
Os EUA devem publicar dados sobre pedidos de seguro-desemprego.
Sexta-feira, 1 de julho
O Japão deve apresentar dados sobre os gastos domésticos, a inflação e a atividade do setor industrial e de serviços.
A China deve publicar dados oficiais sobre a atividade do setor industrial e de serviços, assim como o índice industrial Caixin.
O Reino Unido deve divulgar dados sobre a atividade industrial.
O Instituto de Gestão de Abastecimento (ISM) deve divulgar a atividade industrial nos EUA.