O dólar operou em alta ante moedas rivais nesta terça-feira, em recuperação após dois dias de quedas consecutivas, enquanto o euro se enfraqueceu após indicadores na Alemanha recuarem, contrariando expectativas de alta. A maior demanda pela segurança da moeda americana ocorre dias antes do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) de maio dos Estados Unidos e também da decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE).
O índice DXY, que mede a variação do dólar em relação a seis pares, fechou em alta de 0,14%, aos 90,076 pontos, retomando o patamar de 90 pontos, perdido ontem. No fim da tarde em NY, o euro recuava a US$ 1,2175, a libra tinha queda a US$ 1,4160 e o dólar subia a 109,50 ienes.
Com investidores de olho na trajetória inflacionária nos EUA, antes do CPI de maio, que sai nesta quinta-feira, 10, o avanço recorde na abertura de postos de trabalho no país em abril, segundo mostrou o relatório Jolts, foi apenas acompanhada por investidores, assim como a queda mensal de 8,2% no déficit comercial em abril.
"O mercado está se preparando para a inflação ao consumidor americano na quinta-feira, que está prevista para acelerar para novas máximas plurianuais, notícia que, se realizada, pode elevar as expectativas de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) vai reduzir o estímulo monetário", avalia o economista sênior da Western Union Joe Manimbo. A divulgação da decisão de política monetária do Fed está agendada para quarta-feira da semana que vem.
Na Europa, pesou sobre o euro os dados da produção industrial alemã de abril, que caiu 1,0% ante março e contrariou as expectativas de alta mensal de 0,4%. Segundo o Commerzbank, gargalos na cadeia global de suprimentos seguraram a indústria da principal economia europeia. O recuo também inesperado do índice de perspectivas econômicas no país contribuiu para a cautela. A revisão positiva do Produto interno Bruto (PIB) da zona do euro no primeiro trimestre não foi suficiente para conter a queda da moeda comum.
Segundo Joe Manimbo, o dia foi de pouco apetite ao risco no mercado cambial não apenas por conta da espera pelo CPI americano, mas também pela decisão do BCE, que sai no mesmo dia. Para o analista, este cenário conteve a demanda pela libra, provocando queda da moeda britânica durante a sessão.
Entre moedas emergentes, o rublo russo se destacou positivamente, em meio à expectativa de que o banco central da Rússia irá subir os juros no país em decisão na próxima sexta-feira, 11. Já o rand sul-africano enfraqueceu perante o dólar, após o PIB do primeiro trimestre do país crescer 4,6% na variação anual, mas permanecer abaixo do nível anterior à pandemia. No fim da tarde em NY, o dólar caía a 72,325 rublos e avançava a 13,5850 Rands.