Genebra, 7 fev (EFE).- As temperaturas extremamente baixas que castigam a Europa há uma semana representam um fenômeno "importante", mas "não incomum nem excepcional" no inverno, explicou nesta terça-feira a Organização Meteorológica Mundial (OMM).
"Este fenômeno não é incomum, é parte das manifestações extremas no inverno do hemisfério norte", afirmou o diretor da divisão de aplicações de dados da OMM, Omar Baddour.
De fato, as temperaturas registradas, apesar de muito baixas, não bateram os recordes históricos.
O cientista lembrou que, até a queda brusca dos termômetros, este inverno estava sendo mais quente do que "o normal", por isso a sensação de choque de temperaturas foi maior.
Neste ano, o fenômeno que assola a Europa se deve a uma oscilação negativa do Ártico, o que gerou as temperaturas muito baixas no continente, mas bastante temperadas no Ártico.
Esta oscilação fez com que uma onda de altas pressões vindas da Sibéria entrasse pelo leste do continente, instalando-se nesse local e mantendo as temperaturas gélidas, o que bloqueou a massa de ar mais temperado que normalmente entra pelo oeste.
"O que vemos é uma série de perturbações clássicas. Normalmente os ventos entram de oeste para leste e trazem chuvas, não frio tão extremo. Neste ano, o vento siberiano viajou de norte para sul, por isso chegou a locais como o Magrebe, e a temperatura caiu tanto, porque bloqueou os ventos do oeste, esclareceu Baddour.
No entanto, Baddour destacou que, apesar do fenômeno não ser incomum, pode ser que mude as temperaturas globais do ano.
Sobre o tempo que deve durar o fenômeno, Baddour previu que a situação pode perdurar por duas ou três semanas, mas ressaltou que há indicativo de melhorias para as próximas semanas. EFE