Cannes (França), 3 nov (EFE).- Os líderes do Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) e da África do Sul se reúnem nesta quinta-feira para analisar a situação econômica atual e as demandas de ajuda da Europa, que requer financiamento externo para o fundo de resgate.
Participarão do encontro os líderes do Brasil, Dilma Rousseff; Rússia, Dmitri Medvedev; China, Hu Jintao; Índia, Manmohan Singh, e África do Sul, Jacob Zuma.
O motivo do encontro não é unificar posturas, mas mudar impressões e compartilhar a análise que cada nação possui da complicada situação econômica atual, confirmaram à Agência Efe fontes de um dos governos do Bric.
A reunião acontece algumas horas antes do início da cúpula de chefes de Estado e Governo do G20, grupo que reúne os países desenvolvidos e as nações emergentes mais poderosas do planeta, e que se transformou no principal fórum de discussão econômica.
A reunião dos Bric é especialmente relevante por causa da complicada situação que a Europa atravessa. O continente precisa de apoio externo para financiar seus planos de resgate e para o Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF), ao qual pretende dotar de cerca de um trilhão de euros.
Na última semana, o responsável pelo fundo, Klaus Regling, viajou à China para tentar obter o apoio deste gigante econômico, que é o maior portador de reservas estrangeiras do mundo, com US$ 3,2 trilhões.
Na quarta-feira, já em Cannes, o vice-ministro de Finanças chinês, Zhu Guangyao, afirmou que ainda é cedo para se comprometer com uma compra maior de bônus europeus.
O Brasil manteve uma postura mais aberta, e se comprometeu a "considerar" investir uma parte de seus US$ 350 bilhões no mercado europeu, sempre através de acordos bilaterais com o Fundo Monetário Internacional (FMI).
O Governo russo também mostrou sua preferência por ajudar a Europa através de acordos com o FMI, ao invés de investir diretamente nos instrumentos criados pela União Europeia.
Além disso, a situação europeia cobrou uma atenção especial na noite de quarta-feira, pelo ultimato dado à Grécia para que esclareça seu futuro na zona do euro.
Os países do Bric também analisarão outras questões importantes para suas economias, como a situação política no Oriente Médio (de especial relevância para a Rússia), a cooperação energética e a reforma do sistema financeiro internacional. EFE