Lima, 13 nov (EFE).- Peru, México e Chile, os países
latino-americanos que integram o Fórum de Cooperação Econômica
Ásia-Pacífico (Apec), participarão da cúpula que o grupo realiza
neste fim de semana, em Cingapura, com a intenção de ajudar seus
parceiros a avançarem na liberalização do comércio e na reativação
da economia.
Na cúpula de chefes de Estado e de Governo do Apec, que começa
amanhã, Peru e Chile também deverão apoiar a entrada no grupo de
Colômbia, Costa Rica e Panamá, assim que expirar o veto ao ingresso
de novos membros no bloco.
O Peru, que organizou com sucesso a cúpula do ano passado, espera
que o Apec retome seu objetivo original, que é a liberalização do
comércio, segundo o chanceler peruano, José García Belaúnde.
Não por acaso, o presidente do Peru, Alan García, que na
segunda-feira iniciou uma viagem pelo Japão e a Coreia do Sul,
aproveitará o encontro em Cingapura para se reunir com governantes e
empresários e frisar que o seu país pode ser a porta de entrada da
Ásia na América do Sul.
García planeja se reunir com os presidentes da China, Hu Jintao,
e de Cingapura, Sellapan Ramanathan, e também com o
primeiro-ministro da Tailândia, Abhisit Vejajiva, cujo país assina
hoje um tratado de livre-comércio com o Peru.
Já o México, que tem entre os 20 países do Apec alguns de seus
principais parceiros comerciais, tentará definir "iniciativas que
facilitem a recuperação econômica" e "promovam a estabilidade, a
segurança e a prosperidade" da região, segundo a Chancelaria
mexicana.
Já que do Apec provém mais da metade dos investimentos
estrangeiros diretos feitos no país, o Governo mexicano tem
interesse em impulsionar temas como o fortalecimento do sistema
multilateral de comércio, a conclusão da Rodada Doha, a luta contra
a mudança climática, a segurança energética e a integração econômica
regional.
O presidente do México, Felipe Calderón, já disse que, durante o
encontro, reafirmará o apoio de sua nação "à promoção do comércio e
dos investimentos, à melhora e à facilitação dos negócios, à
cooperação econômica e tecnológica, aos esquemas de integração
regional e à interligação logística e física dos países-membros do
Apec".
Calderón também terá encontros com alguns presidentes da região
Ásia-Pacífico e se reunirá com representantes da empresa Temasek
Holdings e suas subsidiárias, com o objetivo de promover o
investimento destas companhias em setores estratégicos do México.
O Chile, por sua vez, considera o Apec "o fórum global mais
significativo do qual participa", segundo o subsecretário de
Relações Exteriores, Alberto Van Klaveren.
Em Cingapura, o país vai promover, principalmente, o
fortalecimento da expansão na América Latina do chamado "Arco do
Pacífico".
Van Klaveren ressaltou que esta tarefa deve ser liderada pelos
três membros latino-americanos do Apec, motivo pelo qual propôs uma
reunião entre os presidentes dessas nações em Cingapura.
"Temos interesse em que outros países latino-americanos possam
ter uma relação mais intensa com a costa do Pacífico", daí a
proposta dessa reunião, acrescentou o funcionário.
Já em Cingapura, o chanceler chileno, Mariano Fernández, disse em
um simpósio que o Apec deve fortalecer o livre-comércio e fazer
frente às tendências protecionistas que surgiram após a crise
internacional.
Segundo Fernández, o Apec deveria fortalecer o livre-comércio, em
vez de recorrer a planos extraordinários e dispendiosos para
reforçar suas economias.
Outro que estará presente na cúpula do Apec, o chanceler
colombiano, Jaime Bermúdez, afirmou que, embora a Colômbia ainda não
seja membro do fórum, espera ingressar nele assim que expirar o
prazo que proíbe novas adesões.
"É um tema que nos interessa, queremos estar na Ásia-Pacífico,
queremos estar no Apec, e vamos aproveitar para nos reunir com
líderes desses países e também apresentar a Colômbia nesse cenário",
disse.
Além de reuniões com os chanceleres dos países da região,
Bermúdez possivelmente se encontrará com a secretária de Estado
americana, Hillary Clinton.
O Apec é integrado por 21 economias, entre as quais estão algumas
das mais poderosas do mundo - EUA, China, Rússia e Japão. O grupo
também é responsável por mais da metade do comércio global. EFE