Cidade do Vaticano, 28 nov (EFE).- Bento XVI disse hoje que o
Tratado de Paz e Amizade assinado pela Argentina e Chile em 1984,
que pôs fim à controvérsia territorial entre ambos os países, "é um
exemplo da vontade de paz frente à barbárie e a injustiça da
violência e a guerra como meio para resolver as diferenças".
O Pontífice fez as afirmações no discurso diante das presidentes
da Argentina e do Chile, Cristina Fernández de Kirchner e Michelle
Bachelet, com as quais lembrou no Vaticano o 25º aniversário do
tratado mediado pela Santa Sé.
"Esta é uma oportuna e feliz comemoração daquelas intensas
negociações que concluíram com uma solução digna, razoável e
equânime, evitando um conflito armado", manifestou o Bispo de Roma
durante o ato, realizado na monumental Sala Clementina do Palácio
Apostólico.
A crise entre Argentina e Chile começou em 1978, por causa das
diferenças sobre a soberania de três ilhas da saída oriental do
Canal de Beagle, Picton, Lennox y Nueva.
Bento XVI disse que o tratado está "indissoluvelmente unido" à
figura João Paulo II, "o qual não duvidou em aceitar a delicada e
crucial tarefa de mediador".
O papa Ratzinger ressaltou também a figura do cardeal Antonio
Samorè, encarregado pelo papa Wojtyla de realizar as negociações.
"O Tratado é um exemplo da vontade de paz frente à barbárie e a
injustiça da violência e a guerra como meio para resolver as
diferenças", assinalou o papa.
Ao fim do ato, todos foram para Basílica de São Pedro, onde
colocaram coroas de flores sobre o túmulo de João Paulo II.
Cristina ressaltou as boas relações com o Chile e disse que o
tratado serve de exemplo para outras situações similares no mundo.
Bachelet disse que o enfrentamento foi evitado e que a paz rendeu
frutos "e em abundância" e que isso se vê no novo tratado assinado
entre os dois países.
O ato concluiu com o descerramento de uma placa comemorativa. EFE