Bruxelas, 21 nov (EFE).- O primeiro-ministro grego, Lucas Papademos, declarou nesta segunda-feira que o governo de união nacional que preside garantirá por escrito à zona do euro o cumprimento de seus compromissos.
"Não há nenhuma dúvida de que o novo governo grego irá firmar este compromisso por escrito", afirmou Papademos em uma declaração à imprensa concedida depois de se reunir com o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, e o comissário europeu para Assuntos Econômicos e Monetários, Olli Rehn.
O primeiro-ministro grego, quem também se reúne nesta segunda-feira com o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, destacou que os líderes dos partidos gregos que apoiam o novo governo de unidade "já expressaram através de suas ações e seu voto de confiança seu compromisso de honrar as metas do Executivo".
Papademos considerou importante, no entanto, que os partidos políticos gregos também "confirmem seu compromisso a longo prazo" com as políticas econômicas que são necessárias para restaurar a economia grega.
"Esta carta dos líderes que apoiam o governo foi solicitada pelo Eurogrupo, o Fundo Monetário Internacional (FMI) e a União Europeia (UE), e considero que é necessária para eliminar as incertezas e as ambiguidades sobre as medidas que serão tomadas no futuro pelos partidos que poderiam estar no poder", indicou.
O líder do partido conservador Nova Democracia, Antonis Samaras, resiste a certificar por escrito o compromisso de que cumprirá as medidas estipuladas com a zona do euro.
O Eurogrupo quer garantias de que, independentemente de quem governe a Grécia após novas eleições, Atenas cumprirá seus compromissos com os acordos aprovados na cúpula de 27 de outubro, que incluem o segundo resgate à Grécia por 130 bilhões de euros e o perdão da metade da dívida por parte dos bancos.
O presidente da Comissão Europeia, por sua vez, se mostrou "muito confiante" de que a Grécia entregará a seus sócios europeus as garantias que exigiu em troca de prosseguir com o resgate.
A UE e o FMI bloquearam o desembolso do sexto lance de ajuda à Grécia, de 8 bilhões de euros, até que o país apresente uma garantia clara e inequívoca de que cumprirá as medidas estipuladas.
Papademos se comprometeu a aplicar os acordos da cúpula da zona do euro para avançar no segundo resgate e fechar a negociação da participação do setor privado.
Este é o primeiro objetivo do novo governo grego, que também prevê promover mais medidas, particularmente na área das reformas, para melhorar a competitividade, a atividade econômica e a criação de empregos. EFE