Assunção, 7 dez (EFE).- O Paraguai condicionou sua participação na cúpula do Mercosul marcada para a próxima semana em Foz do Iguaçu, ao desbloqueio de mercadorias paraguaias nos portos de Buenos Aires.
"Se nesta semana o conflito não tiver uma definição, o Paraguai não vai assistir à cúpula do Mercosul", afirmou o chanceler paraguaio, Hector Lacognata.
Lacognata fez o anúncio após convocar o embaixador argentino em Assunção, Rafael Romá, para comunicar o mal-estar do Governo de seu país e de empresários locais pela restrição imposta às mercadorias em trânsito por Paraguai, principalmente os contêineres de carga com destino à Assunção.
O chanceler explicou que a decisão foi comunicada também às embaixadas do Brasil e do Uruguai em Assunção, os outros países-membros do bloco sul-americano, e ressaltou que o livre trânsito de mercadorias e de bens é um símbolo do grupo.
"Nós consideramos que não é um tema bilateral, consideramos que é um tema que afeta o processo de integração, os fundamentos do próprio processo de integração", indicou o chefe da diplomacia paraguaia.
O Centro de Armadores do Paraguai denunciou que há mais de um mês se registram restrições à passagem dos contêineres em direção ao Paraguai por uma medida de força do Sindicato dos Operários Marítimos do país vizinho.
A situação chegou na semana passada à Cúpula Ibero-Americana de Chefes de Estado e de Governo, realizada na cidade argentina de Mar del Plata, onde o presidente do Paraguai, Fernando Lugo, falou com seu colega Cristina Fernández, sem resultado a favor dos interesses paraguaios, explicou Lacognata. EFE