Perspectiva para Selic este ano sobe, mas para 2017 é reduzida

Publicado 30.05.2016, 10:40
© Reuters. Sede do Banco Central do Brasil, em Brasília

SÃO PAULO (Reuters) - Economistas de instituições financeiras elevaram a projeção para a taxa básica de juros neste ano, reduziram a de 2017 e melhoraram as perspectivas para a economia após o governo anunciar as primeiras medidas para reequilibrar as contas públicas e receber aval para fechar o ano com déficit primário de 170,5 bilhões de reais.

A projeção para a Selic ao fim deste ano passou a 12,88 por cento na mediana das projeções, contra 12,75 por cento anteriormente, de acordo com a pesquisa Focus do Banco Central divulgada nesta segunda-feira.

A mediana das projeções para 2017 caiu a 11,25 por cento, frente a 11,38 por cento no levantamento anterior. A Selic permanece em 14,25 por cento desde julho passado.

O Top 5, grupo que mais acerta as projeções, vê a taxa a níveis mais altos -- a 13,50 neste ano e a 12,00 por cento no final de 2017.

Na semana passada, o governo do presidente interino Michel Temer anunciou medidas que incluem limitação dos gastos públicos e proibição de elevação de subsídios.

Pouco depois, Temer passou em seu primeiro teste efetivo do no Legislativo quando o Congresso Nacional aprovou a nova meta fiscal para este ano, garantindo ao governo espaço para manter gastos orçamentários e fechar o ano com déficit primário de 170,5 bilhões de reais.

Em relação à economia, os especialistas consultados veem agora uma contração do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano de 3,81 por cento, contra queda de 3,83 por cento anteriormente. A estimativa de crescimento em 2017 passou a 0,55 por cento, sobre 0,50 por cento.

Para a inflação, o Focus apontou alta na perspectiva para o avanço do IPCA ao fim deste ano. A inflação oficial é estimada em 7,06 por cento, contra 7,04 por cento antes, acima do teto da meta do governo, de 4,5 por cento com tolerância de 2 pontos percentuais.

© Reuters. Sede do Banco Central do Brasil, em Brasília

Sobre 2017, a projeção no levantamento com uma centena de economistas permaneceu em 5,50 por cento, dentro da meta para o ano que vem, de 4,5 por cento, com tolerância de 1,5 ponto.

(Por Camila Moreira)

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