Antonio Broto.
Pequim, 17 jan (EFE).- O Produto Interno Bruto (PIB) da China cresceu 9,2% em 2011, acima da meta de 8% fixada pelo Governo, mas voltou a desacelerar no quarto trimestre, quando chegou a 8,9%, dois décimos a menos do que no terceiro (trimestre), informou nesta terça-feira o Escritório Nacional de Estatísticas.
Esta é a pior alta trimestral em dois anos e meio, embora o freio estivesse nos planos de "aterrissagem suave" de Pequim, depois que no primeiro trimestre o PIB ascendesse 9,7%, no segundo 9,5% e no terceiro 9,1%.
Em 2011, o PIB chinês subiu para US$ 7,46 trilhões, consolidando o gigante asiático como a segunda economia mundial, atrás dos Estados Unidos, um ano após ter superado o Japão.
O comissário do escritório de estatísticas, Ma Jiantang, ressaltou nesta terça-feira, na publicação dos dados anuais, que em 2011, "diante de um ambiente internacional complicado e volátil", a China adotou medidas macroeconômicas que "tiveram um bom começo dentro do Plano Quinquenal 2011-2015".
Nesta terça, o escritório também publicou outros números macroeconômicos do ano, como o investimento em ativos fixos, que em 2011 subiu para US$ 4,7 trilhões, crescimento anualizado de 23,8%.
Destacou neste ponto o forte aumento do investimento no setor de manufatura, alta de 31,8%, para US$ 1,6 trilhão, e em mineração, onde o capital subiu 21,4% para US$ 186 bilhões.
No setor imobiliário, as medidas do Governo para frear a expansão, pelo temor à explosão de uma "bolha" especulativa, frearam o crescimento em 5,3 pontos, mesmo assim o segmento não deixou de crescer na casa dos dois dígitos (27,9%, com investimento de US$ 977 bilhões).
Com relação às vendas a varejo, principal indicador do consumo - braço macroeconômico que Pequim deseja estimular nos próximos anos para atenuar o freio das exportações - estas ascenderam a US$ 2,8 trilhões, aumento de 17,1%.
Apesar das medidas de estímulo do consumo, o organismo encarregado pelas estatísticas macroeconômicas nacionais ressaltou a forte queda no crescimento das vendas de automóveis, de 20,2 pontos (2011 só aumentaram 14,6%, contra 34,8% de 2010).
O ano de 2011 foi marcado na China pela luta do Governo contra a inflação, as tentativas de contenção do crédito e do setor imobiliário (que foram relaxadas nos últimos meses) e o freio às exportações.
As altas de preços, principal preocupação de Pequim em 2011, perderam força a partir da segunda metade de ano, depois que em julho atingissem a alta máxima do IPC em 37 meses (6,5%), por isso espera-se que em 2012 a política macroeconômica gire em direção a outros objetivos.
Agora Pequim parece fixar sua meta na proteção às exportações, diante do temor de que a continuidade da crise em seus principais sócios (Estados Unidos e a União Europeia) cause uma queda na demanda externa, que durante décadas foi o motor do rápido crescimento econômico chinês.
O superávit comercial da China, maior exportador do planeta, recuou 14,5% em 2011, para os US$ 155,1 bilhões.
Isso ocorreu por causa do rápido aumento das importações, que subiram 24,9% em 2011, para os US$ 1,7 trilhão, frente às exportações, que cresceram 20,3%, para US$ 1,8 trilhão, pelos números da Administração Geral de Alfândegas. EFE