(Embargada até as 14h de Brasília)
Genebra, 14 set (EFE).- O Produto Interno Bruto (PIB) da América
Latina subirá neste ano aproximadamente 5%, e em alguns países da
região o crescimento poderia superar 6%, segundo a Conferência das
Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad).
Em seu relatório de 2010, o organismo da ONU precisa que o
aumento do PIB previsto para a região neste ano provavelmente "será
mais moderado na América Central e no Caribe".
Nesta tendência incidiu, segundo o estudo, a reorientação
"bastante radical" das políticas macroeconômicas acontecida na
região depois da crise financeira asiática dos finais dos anos 90 e
a crise da dívida argentina de 2001 e 2002.
Então, os Governos dos países da América Latina "empreenderam
políticas monetárias mais acomodadas e políticas de taxas de câmbio
orientadas a manter a competitividade internacional", assinala.
Acrescenta que "em vários países aumentaram as receitas, o que
proporcionou a margem de ação necessária, assim como os recursos
para gastar em infraestrutura e transferências sociais".
Paralelamente, a Unctad lembra que foram adotadas medidas
específicas para o mercado de trabalho, "como aumentos substanciais
do salário mínimo, a reativação dos órgãos de negociação coletiva e
o lançamento de programas de obras públicas".
Graças a isso, e a uma situação internacional propícia, em
particular "aos preços mais altos dos produtos primários" e "o
rápido aumento das importações líquidas dos EUA", o emprego melhorou
na região a partir de 2003.
Deste modo, e pela primeira vez em quase 30 anos, se reduziu o
emprego no setor informal, ao mesmo tempo em que retrocedeu de forma
significativa o desemprego e a pobreza até 2008, de acordo com o
relatório desta agência das Nações Unidas.
Relembra que entre 1980 e 2002, o PIB per capita latino-americano
praticamente tinha ficado estagnado, paralelamente em quanto crescia
o desemprego e caia a produtividade média por falta de investimentos
em capital fixo.
Neste período, a inflação foi controlada mediante taxas de juros
altas, o que desalentou o investimento, manteve as moedas
supervalorizadas e obstruiu o crescimento das exportações.
A demanda interna, de acordo com a Unctad, acabou sendo freada
pela contração salarial acometida para recuperar competitividade
internacional, o que reduziu a participação dos assalariados na
distribuição de renda. EFE