Genebra, 17 jan (EFE).- O Produto Interno Bruto (PIB) da América Latina e do Caribe crescerá 3,3% em 2012 e 4,2% em 2013, segundo o relatório "Situação e Perspectivas da Economia Mundial", elaborado pela Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad) e apresentado nesta terça-feira.
O texto considera que a região teve um "crescimento robusto" em 2011 - aumento de 4,3% do PIB -, uma melhora que, no entanto, representou uma "desaceleração" com relação aos 6% obtidos em 2010.
Por sub-regiões, os economistas da Unctad esperam um crescimento do PIB na América do Sul de 3,6% neste ano e de 4,5% no próximo, enquanto em 2011 a alta foi de 4,6%.
A progressão de 2011 na América do Sul se deve, segundo o relatório, à criação de emprego que, por sua vez, reduziu a pobreza e a desigualdade, o que levou a um forte aumento do consumo privado.
"Isto ocorreu especialmente no Brasil", especifica o texto, lembrando que o investimento, tanto público como privado, cresceu, e que os altos preços das matérias-primas permitiram lucros generosos, que foram revertidos ao Estado através da receita por impostos.
As economias do México e da América Central tiveram um crescimento "mais moderado", de 3,8% em 2011, enquanto as do Caribe tiveram alta de 3,4%.
As projeções indicam que o México e a América Central registrarão um crescimento de 2,7% do PIB em 2012 e de 3,6% em 2013, enquanto a região caribenha terá elevação de 3,6% e 4,3%, respectivamente.
A respeito da inflação, o relatório indica que a alta se mantém na região por conta do rápido crescimento da demanda interna e do aumento do preço das matérias-primas.
Em média, a inflação na região foi de 7% em 2011, mas houve dois casos, Argentina e Venezuela, nos quais a inflação alcançou os dois dígitos.
O relatório aponta que na maioria de países latino-americanos foram aplicadas políticas ativas para lutar contra o aumento dos preços.
O relatório aponta também as ameaças que pesam sobre a região latino-americana, especialmente com uma possível recessão nos Estados Unidos e na Europa.
"Um aprofundamento da crise da dívida soberana na Europa e o medo da falta de fundos em dólares poderiam afetar os bônus dos mercados emergentes e tornar seu financiamento muito mais caro ou até inacessível para alguns países da região", prevê o documento.
"Isto implicaria em uma espiral decrescente de menos entradas por impostos, maior austeridade fiscal e menor crescimento da demanda", acrescenta o relatório.
Além disso, uma desaceleração do crescimento chinês, o maior comprador da região, "debilitaria as exportações de manufaturas e reduziria os preços das matérias-primas, afetando muito mais as economias sul-americanas". EFE