Teerã, 25 nov (EFE).- As escavações para a construção de uma
estrada permitiram à Polícia iraniana desvendar o assassinato de uma
menina, que aconteceu há meio século no sul do país, e encontrar sua
suposta autora, uma idosa de 68 anos.
O jornal iraniano "Etemad" relata hoje que os trabalhadores que
derrubaram uma casa para aplanar o terreno encontraram sob os
escombros uma caixa que continha os ossos de um esqueleto
pertencente a uma menina de 8 anos.
Depois que a Polícia foi informada sobre o achado, inspetores da
brigada criminal interrogaram os habitantes de Sepidan, um povoado
da província de Fars, no sul do Irã, até que descobriram que um
casal tinha denunciado o desaparecimento de sua filha Tala, de 8
anos, na década de 50.
O casal acusou uma vizinha na época, que tinha 18 anos então e
que respondia pelo nome de Ziba, pelo desaparecimento da menina e de
seu outro filho, Mohammed, de 11 anos.
"Eu tinha certeza de que essa mulher não somente tinha matado
minha filha Tala, mas também meu filho Mohammed como vingança por
uma antiga disputa", explicou a mãe.
Após escutar o relato, os agentes foram atrás de Ziba e
verificaram que a idosa tinha morado na casa e que recentemente
tinha vendido-a ao Ministério de Transporte e Vias de Comunicação,
por estar localizada na área onde será construída uma estrada.
Após várias horas de interrogatório, a mulher confessou ter
assassinado Tala e Mohammed, cujo corpo foi entregue à família 50
anos depois do ocorrido.
"Tinha rancor da mãe e decidi matar seus filhos. Um dia que vi
Tala sozinha pela rua, levei-a para minha casa, matei-a e coloquei
seu cadáver em uma caixa que enterrei depois no porão", confessou
Ziba, segundo o jornal.
A mulher acrescentou que estrangulou o irmão de Tala e que jogou
seu corpo em um rio.
A idosa poderia ser condenada à pena de morte pelo duplo crime.
EFE