Nova York, 14 dez (EFE).- O prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, deu nesta quarta-feira mais um passo em sua cruzada contra a venda ilegal de armas nos Estados Unidos e indicou que quase dois terços dos estabelecimentos estão dispostos a vender armamento sem verificar os antecedentes do comprador.
"Na última década viemos lutando contra a venda ilegal de armas e hoje abrimos outra frente, discutindo uma realidade perigosa: a venda de armas através da internet", afirmou o prefeito durante uma entrevista coletiva acompanhado do chefe da Polícia de Nova York, Raymond Kelly.
Sem revelar suas identidades, agentes entraram em contato com mais de 100 vendedores de armas privados que mantinham anúncios em sites de 14 estados e concluíram que 62% deles aceitaram vender a mercadoria mesmo depois de o comprador reconhecer que não preenchia todos os requisitos.
O chefe da Polícia de Nova York lembrou que na década de 1960, quando o mundo descobriu que Lee Harvey Oswald comprara através do correio a arma com a qual matou o então presidente dos EUA, John F. Kennedy, houve um "clamor popular" generalizado que levou à regulação da venda de armamento através do correio.
"Não deveríamos ter de esperar o assassinato de um presidente ou a morte de um policial para desmantelar o tráfico de armas na cidade", ressaltou Kelly.
O relatório apresenta dados do Departamento de Justiça que asseguram que nos EUA há registrados mais de quatro mil sites que vendem armas, entre eles "vendedores privados" que não respeitam os trâmites legais graças a uma brecha na lei.
Bloomberg está à frente da iniciativa "Prefeitos contra as armas ilegais", fundada há mais de cinco anos por 15 prefeitos e à qual se somaram desde então mais de 500 prefeitos, para exigir mudanças legislativas que freiem o tráfico de armas. EFE