Buenos Aires, 3 fev (EFE).- A presidente argentina, Cristina
Fernández de Kirchner, confirmou hoje a remoção do economista Martín
Redrado do cargo de titular do Banco Central por se negar ao uso de
reservas monetárias para o pagamento de dívidas.
Em entrevista coletiva, Cristina anunciou que decidiu assinar o
documento que "confirma a remoção efetuada pelo anterior decreto" de
cessação, datado de 7 de janeiro deste ano.
A presidente reiterou que Redrado foi removido de seu cargo por
"má conduta e descumprimento dos deveres do funcionário público".
O nome sugerido por Cristina para substituir Redrado foi o do
atual presidente do estatal Banco de la Nación, Mercedes Marcó del
Pont.
Fernández confirmou a saída de Redrado depois que uma comissão
parlamentar pediu ontem a destituição do economista.
Depois de resistir por três semanas no comando do Banco Central
graças a uma ordem judicial que o reconduziu ao cargo, Redrado
anunciou na sexta-feira passada sua renúncia, mas o Governo a
rejeitou alegando que o processo de consulta ao Parlamento estava em
andamento.
Cristina Kirchner disse que o "estresse" que o país viveu durante
o último mês poderia ter sido evitado se houvesse um espírito
construtivo por parte da oposição política, que recorreu à Justiça
para barrar o decreto de remoção de Redrado.
A oposição também conseguiu que a Justiça deixasse em suspenso
outro decreto presidencial, de dezembro passado, o qual ordenava a
constituição do chamado Fundo do Bicentenário, com US$ 6,569 bilhões
provenientes de reservas monetárias para o pagamento de dívidas
soberanas.
A presidente argentina destacou que a sentença da comissão
parlamentar foi decidida "por maioria, aconselhando a remoção do
presidente Banco Central"
"Ou seja: fizemos hoje o que já tínhamos feito há um mês", disse
Cristina, ao reconheceu que a polêmica suscitada nas últimas semanas
teve um "custo para a imagem" do país.
A presidente argentina também anunciou que criará um "conselho
econômico", cujo alcance não precisou e integrado pelo titular do
Banco Central e o ministro da Economia, num "modelo similar ao que
existe no Brasil e no Chile". EFE