Pequim, 28 out (EFE).- O chefe do fundo de resgate europeu, o alemão Klaus Regling, disse nesta sexta-feira em Pequim que não espera uma resposta imediata da China, depois de se reunir com autoridades do país asiático para explicar a eles a nova situação do fundo após a cúpula desta semana.
"Por enquanto, a única coisa que estamos pedindo a nossos investidores é que comprem nossos bônus. Não falamos de outros aspectos por enquanto", explicou Regling em entrevista coletiva depois do encontro com autoridades do Ministério das Finanças e do Banco Popular da China.
Questionado se Bruxelas terá de fazer concessões a Pequim, como, por exemplo, reconhecer a segunda maior potência econômica do planeta como economia de mercado, Regling assinalou que esse assunto não foi debatido e que não faz parte de suas funções.
"Não estou aqui para discutir nenhuma concessão. Tive contatos ordinários com as autoridades chinesas, que são compradores frequentes do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF)", ressaltou o presidente do fundo.
Segundo seus dados, 40% do FEEF estão em mãos de compradores asiáticos, e os outros 60% com investidores de outras partes do mundo.
Na quarta-feira, os líderes europeus acordaram reduzir a dívida grega e aumentar seus instrumentos de resgate com a elevação de capital ativo do FEEF de 400 bilhões de euros para 1 trilhão.
Essa expansão pode ser financiada em parte por potências emergentes como a China e as outras nações do Brics (Brasil, Rússia, Índia e África do Sul).
"Agora temos novos instrumentos que estamos desenvolvendo e vamos ver quem participará deles. Não posso dizer de que quantia estamos falando, essa é uma pergunta que não posso responder hoje", explicou Regling.
O presidente do FEEF aproveitou a ocasião para ressaltar que o acordo de resgate da Grécia é "um caso excepcional", descartando a possibilidade de se aplicar a outras nações europeias endividadas. EFE