Bruxelas, 29 nov (EFE).- A recuperação econômica na União Europeia (UE) se desacelerará nos próximos meses devido ao efeito das medidas de consolidação fiscal aprovadas na maioria dos países, que provocarão uma moderação da atividade econômica no final de 2010 e em 2011, antes da retomada do crescimento em 2012.
A Comissão Europeia (órgão executivo da UE) confirmou nesta segunda-feira suas previsões macroeconômicas anteriores, que estimam um crescimento de 1,5% do PIB na zona do euro e de 1,7% no conjunto do bloco europeu em 2011, ligeiramente superiores às taxas das duas regiões em 2010, de 1,7% e 1,8%, respectivamente.
Por países, o PIB crescerá 2,2% na Alemanha, contra 3,7% em 2010, enquanto as economias francesa e italiana registrarão o mesmo crescimento deste ano, de 1,6% e 1,1%, respectivamente.
Já o Reino Unido elevará seu crescimento de 1,8% do PIB em 2010 para 2,2% em 2011.
"O déficit público começou a diminuir graças às medidas de consolidação e a retomada do crescimento. No entanto, esta recuperação é irregular e alguns Estados-membros estão vivendo um difícil período de ajuste", comentou o comissário europeu de Assuntos Econômicos e Monetários, Olli Rehn.
Rehn destacou em uma nota enviada à imprensa que "uma continuidade decidida da consolidação fiscal e políticas direcionadas a acelerar a recuperação são essenciais para possibilitar um crescimento sustentável e a criação empregos".
"As turbulências nos mercados da dívida soberana sublinham a necessidade de uma ação política robusta", acrescentou.
Em seu relatório, o Executivo da UE aponta para uma melhora registrada até agora na economia europeia, bem como a existência de uma recuperação "gradual" - embora "desigual" - entre os Estados-membros.
As condições do mercado de trabalho e das finanças públicas "começam a melhorar", enquanto a inflação permanece controlada.
No entanto, o Conselho considera que a "incerteza continua sendo alta" e que os riscos que podem conter o crescimento não são "desprezíveis", como a situação nos mercados financeiros, que continua sendo "motivo de preocupação". EFE