(Embargada até 22h01 de Brasília)
Londres, 1 nov (EFE).- O Banco Europeu para a Reconstrução e o
Desenvolvimento (Berd) afirmou hoje que a crise não conseguiu frear
a reforma econômica que os países da Europa Central e do Leste
experimentam desde a queda do comunismo, mas admitiu que a
progressão desacelerou.
Em um relatório intitulado "A Transição em Crise?", o organismo
afirma que, apesar de estar vivendo a maior crise desde a Segunda
Guerra Mundial, os Governos dos países desta área continuam "muito
comprometidos" com o projeto de reforma econômica iniciado há 20
anos.
Neste sentido, o Berd explica que justamente a integração da zona
central e oriental da Europa na economia de mercado do resto do
continente serviu para que estes Estados lidem com os efeitos da
crise creditícia, graças à presença de bancos estrangeiros dentro de
suas fronteiras.
No entanto, na opinião do diretor econômico do Berd, Erik
Berglof, a crise global "evidenciou as fraquezas da região, por
isso, agora, é necessário aprender a lição".
Neste sentido, o relatório se refere à grande dependência da
Europa Central e do Leste em relação aos créditos do exterior ou à
volatilidade da cotação de algumas divisas, como o rublo russo, cujo
preço se movimenta com base em um mercado oscilante como o das
matérias-primas.
Diante desta situação, o Berd insiste na necessidade de que os
países da Europa Ocidental, em vez de se limitar a oferecer
liquidez, ofereçam alternativas reais para diversificar e
estabilizar a atividade da área.
Em qualquer caso, a entidade encarregada de promover a iniciativa
empresarial nos países da Europa Central e do Leste, da Rússia e de
outras repúblicas ex-soviéticas afirma estar satisfeita pelo fato de
que estas economias tenham conseguido manter as reformas
implementadas nas últimas duas décadas mesmo em tempos de crise.
Apesar desse otimismo, em outubro, o Berd reduziu suas previsões
de crescimento para o conjunto das economias da área, que, segundo
suas estimativas, registrarão contração de 6,3%.
Desde que a crise financeira global começou a castigar as
economias da Europa Central e do Leste no segundo semestre de 2008,
o Berd mobilizou todas as armas para estabilizar o sistema
financeiro da região.
Assim, no final deste ano, o banco terá investido 8 bilhões de
euros, 52% a mais que em 2008, para oferecer liquidez ao sistema
financeiro da área e garantir que o crédito continue fluindo. EFE